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Laboratórios de inovação e o pensamento disruptivo em empresas tradicionais

Por André Vidmar
Atualização:
André Vidmar. FOTO: DIVULGAÇÃO Foto: Estadão

Temos todos os desafios e as tecnologias do século 21, então por que muitas empresas ainda têm a mentalidade do século 20?

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A pandemia obrigou organizações de todos os tamanhos e segmentos a implantarem a digitalização em seus processos. Dessa vez, não apenas para se diferenciarem da concorrência em um mercado cada vez mais competitivo, mas por uma questão de sobrevivência e superação dos desafios impostos pelos novos tempos.

Diante dessa transformação, não basta apenas adotar novos recursos tecnológicos, mas sim implantar uma cultura muito mais aberta a novas ideias, com uma mentalidade voltada a inovação. Para que essa transformação ocorra de maneira segura e natural, um dos principais desafios é a própria cultura organizacional da empresa. É difícil para muitas empresas, após crescer e se estabelecer no mercado utilizando uma mesma conduta e processos durante décadas, transferir esse know how para o digital.

Paralelo a isso, houve uma mudança radical no comportamento do cliente. O consumidor se tornou mais exigente e com uma presença online muito maior. A partir do momento que o cliente muda o seu estilo, como as empresas podem atingir esse "novo consumidor"? Com toda certeza inovar se torna obrigatório em um mundo em constante transformação.

Diante desse cenário, uma das principais ferramentas para implementar o pensamento disruptivo nas empresas tradicionais são os laboratórios de inovação, também conhecidos como hubs, incubadoras ou aceleradoras.

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Os laboratórios de inovação eram utilizados majoritariamente por startups, mas atualmente surgem como uma alternativa cada vez mais interessante para empresas tradicionais. Seu principal objetivo é oferecer suporte para inovarem os seus processos, produtos e serviços de forma dinâmica e tecnológica. Eles desenvolvem o pensamento disruptivo das startups em organizações já estruturadas.

Projetos inovadores podem alterar ou complementar as estratégias da empresa como um todo. Em geral, os laboratórios de inovação são compostos por equipes enxutas e com grande aptidão e conhecimento no digital. Essas pessoas se concentram em ter ideias viáveis para inovar o negócio e testarem esses projetos da forma mais rápida e dinâmica possível, com menos burocracia e com foco na solução. Grandes empresas abriram laboratórios próprios de inovação e redesenharam os seus serviços buscando a inovação dos seus produtos, porém, no Brasil, o conceito ainda é pouco difundido.

Todos entendemos a importância da inovação, mas a grande maioria dos empresários não sabem como viabilizar os seus projetos e se eles trariam realmente os resultados almejados.

Além disso, existem os problemas do dia a dia. Como inovar em um cenário em que o empresário precisa estar atento aos desafios do seu cotidiano atual? Mais uma vez os laboratórios de inovação se tornam uma opção cada vez mais promissora. Ao colocar uma equipe focada em realizar inovações para o seu negócio, o empresário pode se concentrar naquilo que faz de melhor, ou seja, focar no core business da sua empresa.

Tendo como cerne uma maior agilidade de ideias para implementar inovações e melhorias na performance das empresas, os laboratórios de inovação possuem como grande diferencial a adoção de metodologias ágeis para aprovar e viabilizar projetos. Em tese, o que uma empresa tradicional faria em média em dois anos, os laboratórios realizam normalmente em três meses.

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O mercado atual não permite mais aos empresários realizarem negócios como antes. A evolução tecnológica e as questões sanitárias trouxeram mudanças gigantescas no comportamento das pessoas e com isso surgiram novos problemas a serem resolvidos. Existe uma imensa pressão sobre o empresário na busca pela inovação. Assim, inovar se tornou necessário não apenas para uma vantagem competitiva, mas também para a sobrevivência do negócio como um todo. Em um mundo no qual as informações surgem tão rápido quanto as novas tecnologias, ter um time focado na inovação e nas principais tendências comportamentais e tecnológicas pode ser tornar um divisor de águas, o elemento diferencial do sucesso ou do fracasso de uma empresa. A pandemia trouxe sim novos desafios, mas é característica de períodos de crise os desafios virem acompanhados também de oportunidades. Quanto mais cedo o empresário brasileiro tiver uma visão aberta para a inovação, maiores são as chances de sucesso. Antes de inovar a empresa é preciso ter uma visão de negócios aberta ao novo.

*André Vidmar, empresário e cofundador da holding Instagrupo

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