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Justiça sequestra bens de sete por rombo de R$ 180 milhões no Postalis

Medida alcança imóveis de investigados sob suspeita de fraudes no fundo de pensão dos Correios; objetivo é o ressarcimento dos pensionistas, segundo a PF

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Por Fausto Macedo , Julia Affonso , Fabio Fabrini e Andreza Matais
Atualização:

O caminho do dinheiro do Postalis. Clique para ampliar. Foto: Reprodução/PF

A Justiça Federal decretou o sequestro de bens de sete alvos da Operação Positus, deflagrada na manhã desta quinta-feira, 17, para apurar fraudes no período entre 2006 e 2011 na gestão de recursos do Postalis, o fundo de pensão dos funcionários dos Correios. A medida alcança imóveis dos investigados, entre eles o ex-presidente do fundo Alexej Predtechensky e o ex-diretor financeiro Adilson Florencio da Costa, ambos ligados ao PMDB do senador e ex-ministro de Minas e Energia Edison Lobão (MA).

O bloqueio foi ordenado a pedido da Polícia Federal, informou o delegado Milton Fornazari Junior, chefe da Delegacia de Repressão a Ilícitos Financeiros da PF em São Paulo. Fornazari esclareceu que os imóveis serão inventariados para avaliação de cada bem.

Operação Positus em João Pessoa. Foto: PF

 

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"O sequestro visa garantir futuro ressarcimento de quem realmente perdeu com as fraudes, os funcionários dos Correios, inclusive os aposentados."

Fornazari, cuja especialidade na carreira é o combate a delitos financeiros, destacou que o bloqueio de ativos visa 'descapitalizar a organização criminosa'.

Foram cumpridos mandados de busca e apreensão em São Paulo, Brasília, Belém e João Pessoa. A Justiça Federal em São Paulo também autorizou a prisão preventiva de Fabrizio Neves, que estaria vivendo nos Estados Unidos. Ele requereu o passaporte italiano em Miami e há dois meses viajou para a Espanha. Como não foi localizado, seu nome foi incluído na lista de procurados da Interpol.

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A PF já apurou que os prejuízos com operações superfaturadas de títulos podem atingir a soma de R$ 180 milhões, de um total de R$ 370 milhões em recursos aplicados e administrados fraudulentamente.

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Os alvos da Positus são dois ex-gestores do Postalis e cinco administradores de corretoras de valores. O inquérito da PF foi instaurado em 2012 e identificou que dois fundos de investimentos do Postalis promoveram transações por meio de uma administradora de valores com sede em São Paulo, porém, executadas em Miami, nos Estados Unidos.

"A fraude consistia na compra de títulos do mercado de capitais, por uma corretora americana, que os revendia por um valor maior para empresas com sede em paraísos fiscais ligadas aos investigados. Em seguida, os títulos eram adquiridos pelos fundos do Postalis com um aumento ainda maior no valor dos papeis. Assim, em um período de dois dias apenas e, sem justificativa, a aquisição era feita por um preço mais de 60% maior do que o real valor de mercado", informou o delegado Alexandre Manoel Gonçalves, que integra a força-tarefa da PF para a Operação Positus.

Operação Positus em João Pessoa. Foto: PF

Parte dos desvios migrou para contas de offshores situadas nas Ilhas Virgens Britânicas.

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A Polícia Federal solicitou cooperação jurídica internacional dos Estados Unidos. A Autoridade Regulatória da Indústria Financeira (FINRA, sigla em inglês) rastreou as operações fraudulentas com papeis do Postalis.

 

Operação Positus em João Pessoa. Foto: PF

Operação Positus em João Pessoa. Foto: PF

COM A PALAVRA, O CRIMINALISTA JOSÉ LUÍS OLIVEIRA LIMA, QUE DEFENDE O EX-PRESIDENTE DO POSTALIS

"O dr. Alexej enquanto esteve à frente do Postalis pautou sua atuação pela legalidade. Já prestou depoimentos esclarecendo os fatos e a lisura da sua postura. Continua à disposição das autoridades competentes para colaborar com as investigações."

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