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Justiça põe seis no banco dos réus por roubo de 734 kg de ouro no aeroporto

Gilberto Azevedo de Moraes Costa, da 6ª Vara Criminal, afirma que 'facilmente se constata que mais de dez pessoas se uniram e investiram tempo e dinheiro' para cometer o crime

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Por Luiz Vassallo
Atualização:

Quadrilha usou veículos que imitavam carros da PF Foto: REUTERS/Nacho Doce

O juiz Gilberto Azevedo de Moraes Costa, da 6ª Vara Criminal, pôs 6 acusados pelo roubo de 734 kg de ouro no Aeroporto de Guarulhos no banco dos réus. A denúncia dá conta de que a carga era avaliada em R$ 117 milhões, e também abarcava 18 relógios Louis Vuitton, avaliados em R$ 94 mil, 15,1 kg de esmeraldas, avaliadas em US$ 26 mil.

São alvos da ação penal Peterson Patrício, Peterson Brasil, Célio Dias, Marcelo Ferraz da Silva, Francisco Teotônio da Silva Pasqualini e Joselito de Sousa.

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DENÚNCIA

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no banco dos réus

A denúncia, oferecida por promotores do Grupo de Combate ao Crime Organizado (Gaeco) de Guarulhos, afirma que a organização, no entanto, tinha pelo menos 10 integrantes, divididos em núcleos, que envolveram financiamento, planejamento, aquisição e adulteração de veículos, aquisição de armas, sequestros, preparação de cativeiros, execução de plano de fuga, além do desfazimento dos veículos e ocultação e distribuição dos produtos roubados.

Segundo o magistrado, 'os indícios de autoria, igualmente, estão presentes. Iniciadas as investigações, apurou-se que familiares de Peterson Patrício haviam sido sequestrados'. "Referido indivíduo, que trabalhava no local dos fatos, ao ser ouvido, teria admitido envolvimento, e apontado os outros denunciados como autores das infrações penais".

"Peterson Brasil, amigo de longa data de Peterson Patrício, teria sido chamado a participar da empresa criminosa. Os dois imputados, agindo em concurso, teriam se associado aos demais agentes. Um deles seria Célio Dias, indivíduo que trabalhava no imóvel onde os veículos utilizados quando da subtração foram substituídos por aqueles que ostentavam as placas falsas", anota.

De acordo com o juiz, 'em data anterior, Célio teria pedido autorização para seu patrão para que camionetes de conhecidos seus fossem deixadas no local'. "Em diligências no imóvel, policiais encontraram carregador de arma de fogo e munições".

"Outro integrante da organização, e que teria, junto com os demais, levado a efeito os demais crimes descritos na inicial acusatória é Francisco Teotônio. Tal agente vive em união estável com a irmã de Peterson Brasil, e aparece em filmagens do local onde os agentes teriam se encontrado para combinarem a prática dos delitos", escreve.

Segundo o magistrado, 'Marcelo Ferraz seria mais um dos envolvidos'. "Referido denunciado foi apontado por uma testemunha como sendo coautor das infrações. A polícia apurou que Marcelo é sócio de Joselito, outro indivíduo que foi reconhecido como partícipe dos delitos. Em diligências, investigadores apuraram que citado denunciado não é visto no seu local de trabalho desde quando ocorreu a subtração do ouro".

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"É possível notar que os agentes, para consumarem a subtração, se organizaram previamente. Adquiriram veículos e alteraram a sua aparência original, tornando-os similares a viaturas da Polícia Federal. Obtiveram também a posse de outras camionetes, isto é, aquelas que tiveram as suas placas substituídas. Não bastasse, adquiriram uma ambulância, ou seja, o veículo por último utilizado para transportar os bens roubados", diz o juiz.

"Toda essa estrutura aponta que havia hierarquia entre os membros da organização, exercendo cada qual papel delimitado. Ao analisar as circunstâncias de como o roubo foi cometido, facilmente se constata que mais de dez pessoas se uniram com o mesmo propósito e que investiram tempo e dinheiro que conseguissem chegar à consumação", conclui.

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