Foto do(a) blog

Notícias e artigos do mundo do Direito: a rotina da Polícia, Ministério Público e Tribunais

Justiça dá 5 dias para Vaccari esclarecer R$ 583 mil na conta de sua mulher

Depósitos em dinheiro 'aparentemente sem origem comprovada' teriam sido feitos entre 2008 e 2014 em favor de Giselda Rousie de Lima

PUBLICIDADE

Foto do author Redação
Por Redação
Atualização:

 Foto: Sérgio Castro/Estadão

Por Ricardo Brandt, enviado especial a Curitiba, Fausto Macedo e Julia Affonso

PUBLICIDADE

O juiz Sérgio Moro, que conduz as ações penais da Operação Lava Jato, deu um prazo de 5 dias para o ex-tesoureiro do PT João Vaccari Neto explicar depósitos em dinheiro na conta de sua mulher, Giselda Rousie de Lima. O esclarecimento pedido pelo magistrado se deu após um pedido de revogação da prisão preventiva de Vaccari, feito por sua defesa.

"Em vista da louvável disposição da defesa para esclarecer os fatos e considerando a relevância do ponto para a prisão preventiva, intime-se a defesa para, querendo, esclarecer os aludidos depósitos em dinheiro de R$ 583.400,00 entre 2008 e 2014 na conta de Giselda Rouse de Lima, aparentemente sem origem comprovada, demonstrando origem e natureza dos valores", afirmou Moro. "Prazo de cinco dias."

Clique na foto para ampliar Foto: Estadão

A força-tarefa da Lava Jato identificou depósitos 'picados', no limite próximo de R$ 10 mil cada, que somaram R$ 322,9 mil em conta da mulher de Vaccari. Em um único dia, 12 de dezembro de 2013, Giselda teria recebido cinco depósitos, quatro deles no valor de R$ 2 mil e um de R$ 1.500. O rastreamento bancário de Giselda pegou o período entre 1.º de julho de 2006 e 18 de dezembro de 2014.

Além dos depósitos 'fatiados', os peritos do Ministério Público Federal constataram, a partir da quebra do sigilo bancário, que caíram na conta da mulher do tesoureiro do PT repasses superiores a R$ 10 mil, também em dinheiro, que somaram R$ 260,5 mil, entre 19 de setembro de 2008 e 29 de outubro de 2012. As quantias somadas chegam aos R$ 583,4 mil que a Justiça quer que Vaccari explique.

Publicidade

A Operação Lava Jato investiga um esquema de cartel, corrupção e propinas a políticos na Petrobrás, do qual Vaccari é acusado de envolvimento. No dia 28 de abril, o ex-tesoureiro do PT pediu revogação da ordem de prisão preventiva que o mantém desde 15 de abril sob custódia.

O pedido foi subscrito pelo criminalista Luiz Flávio Borges D'Urso, que o defende. Vaccari está preso na Polícia Federal em Curitiba (PR), base da Lava Jato, sob suspeita de corrupção e lavagem de dinheiro oriundo de propina do esquema Petrobrás supostamente direcionada para o partido.

Como "derradeira argumentação", Vaccari sugere ao juiz Sérgio Moro - que conduz as ações da Lava Jato e mandou prendê-lo -, a adoção de uma medida cautelar, "especialmente aquela que dispõe sobre a concessão de liberdade vigiada por meio de tornozeleira eletrônica, medida que abranda e afasta o rigor extremo desta prisão preventiva, que se mostra injustificada".

__________________________________________

VEJA TAMBÉM:

Publicidade

Executivo diz que contrato de Odebrecht no Comperj teve ameaça de doleiro

Vaccari diz que doação para irmão é 'fruto de trabalho'

Aqui são cordeirinhos, lá eram lobos maus, diz empreiteiro

'O interrogado aqui é o senhor', diz Moro a ex-diretor da Petrobrás

Ex-deputada diz que 'não conhece' empresa citada na Lava Jato

Publicidade

__________________________________________

Comentários

Os comentários são exclusivos para assinantes do Estadão.