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Justiça dá 15 dias para PF concluir inquérito sobre operador do PMDB

Prazo é para análise de documentos apreendidos na casa de Fernando Soares, acusado de receber propina na Petrobrás

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Por Redação
Atualização:

Por Fausto Macedo e Ricardo Brandt, enviado especial a Curitiba

A Justiça Federal deu mais 15 dias para que a Polícia Federal conclua o inquérito que apura supostos crimes cometidos pelo operador do PMDB Fernando Antonio Falcão Soares, o Fernando Baiano, no esquema de cartel, corrupção e propina na Petrobrás, alvo da Operação Lava Jato. O juiz federal Sérgio Moro atendeu pedido dos investigadores para que seja dado mais prazo para análise dos materiais apreendidos nas buscas realizadas no dia 14 de novembro, quando foi deflagrada a sétima fase da operação, batizada de Juízo Final.

Fernando Baiano faz exame de corpo de delito em Curitiba, na época de sua prisão, em novembro de 2014. Foto: Geraldo Bubniak/AGB

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O magistrado argumenta que "apesar das provas de materialidade de crimes e indícios de autoria", que serviram para decretar a prisão cautelar de Soares, é "salutar conceder mais tempo à Polícia Federal para melhor análise do material apreendido". No dia 14, dois endereços do alvo foram objeto de busca pelos agentes da Lava Jato.

Soares, que é apontado como um operador da Diretoria Internacional, com ligações com o ex-diretor Nestor Cerveró, teve prisão decretada, mas só se entregou à polícia no dia 21, teve dos endereços seus no Rio de Janeiro alvo de buscas. Apesar do prazo dado de 15 dias, Moro ressalta que ao final do período não será concedida nova prorrogação e que seria "desejável que não seja utilizado todo o prazo".

Soares foi apontado pelos delatores da Toyo Setal, Julio Gerin Camargo e Augusto Ribeiro Mendonça Neto, como um intermediário de contratos que recebeu até US$ 40 milhões em contas no exterior e em dinheiro em espécie no Brasil. Seu nome também chegou a ser citado no caso da compra da Refinaria de Pasadena, nos Estados Unidos, caso mais emblemático do esquema de irregularidades na Petrobrás, que gerou um prejuízo de mais de R$ 700 milhões.

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A defesa de Soares afirma que são falsas as acusações contra ele. O criminalista Mário Oliveira Filho disse que seu cliente é representante de empresas espanholas no Brasil e que nunca foi "operador" de partido algum, ou recebeu propina. Soares está preso cautelarmente na Superintendência da Polícia Federal.

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