Pepita Ortega e Luiz Vassallo
03 de julho de 2019 | 10h13
Prédio da Justiça Federal em Campo Grande. Foto: Google Maps
A Justiça seguiu denúncia do Ministério Público Federal em Campo Grande e condenou André Luiz de Almeida Anselmo, supostamente envolvido com um grupo criminoso de tráfico internacional de drogas investigado na Operação Serra Nevada, a 14 anos e 3 meses de prisão em regime fechado.
Foi decretado o perdimento de um veículo Land Rover e de um Hyundai i30, além do pagamento de multa que ultrapassa R$ 45 mil. Ele foi considerado culpado do crime de lavagem de dinheiro.
As informações foram divulgadas pela Procuradoria – Referência processual na Justiça Federal de Campo Grande: 0006557-30.2017.4.03.6000.
Segundo a Procuradoria, o comércio transnacional de entorpecentes garantiu aos integrantes do grupo ‘uma vida de luxo e ostentação que incluía imóveis de alto padrão e veículos importados’.
A Justiça Federal confiscou da organização dinheiro em espécie, joias, armas e munições e decretou perdimento de um apartamento em São Paulo e de 16 veículos, inclusive um Fiat Palio e Land Rover Vogue, avaliada em mais de R$ 500 mil.
Segundo informações da Procuradoria em Campo Grande, André Anselmo atuava como ‘testa de ferro’, lidando com recursos financeiros do grupo e emprestando o próprio nome, da mulher e o da empresa da qual era sócio, a revenda de veículos I9, para compra e ocultação de bens provenientes do lucro com o tráfico de drogas.
A empresa também servia para ocultação dos veículos recebidos como forma de pagamento pela droga, sustenta o Ministério Público Federal.
Segundo a sentença, o acusado ‘misturava os negócios, legais e ilegais, de forma a tentar despistar qualquer caráter ilícito da movimentação financeira do grupo, que também utilizava suas contas bancárias e de sua mulher, outra forma de esconder o patrimônio e a origem dos recursos’.
A investigação realizada pelo Ministério Público Federal e Polícia Federal na Operação Serra Nevada descortinou ações de um grupo criminoso especializado em tráfico internacional de drogas com logística que envolvia o ingresso de cocaína boliviana no Brasil.
A droga era arremessada de aeronaves em áreas rurais e, posteriormente, transportada por rodovias com destino ao Estado de São Paulo, onde se localizava o núcleo criminoso dos compradores.
Durante as investigações, foram realizadas diversas apreensões de drogas e de dinheiro, além de prisões em flagrante. Em uma ação da Procuradoria e da PF, foram apreendidos 427 kg de cocaína e, em outra, U$ 1,3 milhão.
COM A PALAVRA, A DEFESA
A reportagem busca contato com a defesa de André Luiz de Almeida Anselmo. O espaço está aberto para manifestação. (pepita.ortega@estadao.com e luiz.vassallo@estadao.com)
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