A Justiça de Goiás condenou seis acusados de montarem uma central de distribuição de drogas em Goiânia, que entregava entorpecentes, principalmente cocaína, na casa de usuários. Segundo estimativas da Polícia Civil, o grupo lucrava cerca de R$ 150 mil por mês com a atividade.
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A Sentença
Segundo as investigações, o serviço instituído pela organização criminosa era chamado 'Disk Drogas' e abrangia toda a região metropolitana da capital goiana. Os usuários ligavam para a 'central' do grupo, que funcionava 'geralmente entre às 9h e às 00h', faziam o pedido e eram até informados sobre o tempo de entrega da droga.
Mais de 1.400 clientes estavam cadastrados nos celulares da organização criminosa, que realizava pelo menos 100 entregas por dia.
Estruturado, o grupo dividia as tarefas de atender ligações, depositar as drogas, organizar entregas e fazer contabilidade.
Silas Coelho Costa Júnior, líder da organização, foi sentenciado a 18 anos, 11 meses e 15 dias de prisão. Foragido da justiça, ele era responsável por 'obter a droga, realizar a contabilidade do grupo, articular a distribuição dos entorpecentes, além de efetuar o pagamento de seus subordinados e fazer controle de qualidade dos serviços prestados'.
Douglas Henrique Silva e sua companheira Ana Paula Soares Rosa gerenciavam o grupo criminoso, atendiam as chamadas de dependentes químicos de cocaína e coordenavam e monitoravam a entrega dos entorpecentes. Eles foram sentenciados, respectivamente, a nove anos e três meses de reclusão, e a três anos de prisão.
João Paulo Modesto Ferro e Victor Caifas Lopes Garcia foram condenados nove anos e três meses de reclusão. Assim como Rafael Nagel Viana, sentenciado a três anos de prisão, eles entregavam as drogas com motocicletas da organização.
De acordo com a investigação, o grupo utilizava ainda uma oficina mecânica como ponto de apoio para as entregas combinadas entre os integrantes do grupo e os usuários de drogas.
Em buscas realizadas nas casas dos investigados, a polícia encontrou grandes quantidades de cocaína, maconha e ecstasy - em pó e em comprimidos - uma balança de precisão e quase R$ 15 mil em espécie.
Com autorização judicial, a polícia interceptou durante quatro meses as ligações do grupo. Segundo os autos, foram registradas mais de 12 mil ligações relacionadas à compra e venda de drogas. Os agentes também flagraram entregas de substâncias realizadas por membros da organização.
As defesas dos réus contestaram a legalidade das interceptações telefônicas, alegando que não foram realizadas investigações antes da implementação do monitoramento. Os acusados se disseram inocentes e alegaram falta de provas.
Segundo a juíza da 6.ª Vara dos Crimes Punidos com Reclusão Placinda Pires, as medidas foram autorizadas com base 'em elementos informativos colhidos ao longo das investigações da Polícia Civil, suficientes a demonstrar a existência de indícios razoáveis de participação dos processados nos delitos de organização criminosa, tráfico de drogas e associação para o tráfico'.