PUBLICIDADE

Foto do(a) blog

Notícias e artigos do mundo do Direito: a rotina da Polícia, Ministério Público e Tribunais

Justiça bloqueou R$ 238 milhões dos irmãos Joesley e Wesley JBS

Decisão do juiz João Batista Gonçalves. da 6.ª Vara Criminal Federal de São Paulo, foi tomada no dia 16 de outubro, no mesmo despacho em que o magistrado recebeu denúncia criminal contra os irmãos Batista por uso de informação privilegiada de suas próprias delações no mercado financeiro

Foto do author Luiz Vassallo
Foto do author Julia Affonso
Por Luiz Vassallo e Julia Affonso
Atualização:

Da esquerda para a direita: Joesley Batista e Wesley Batista. Foto: Felipe Rau e Rafael Arbex/Estadão

No mesmo despacho em que recebeu denúncia criminal e abriu ação contra os irmãos Joesley e Wesley Batista, da JBS, dia 16 de outubro, por insider trading, o juiz João Batista Gonçalves, da 6.ª Vara Criminal Federal de São Paulo, autorizou o bloqueio de R$ 238 milhões dos executivos, principais acionistas do Grupo J&F.

PUBLICIDADE

O valor é relativo a duas engenhosas operações realizadas sob a tutela dos irmãos, segundo o Ministério Público Federal. Eles teriam usado no mercado financeiro informações privilegiadas de suas próprias delações premiadas com a Procuradoria-Geral da República.

Em uma delas, os Batista evitaram a perda de R$ 138,8 milhões por meio da venda de ações da JBS por sua controladora FB Participações e a recompra pela JBS.

Em outra, Wesley supostamente determinou a compra de contratos de dólares no valor nominal de US$ 2,814 bilhões - contratos futuros de dólar e contratos a termo de dólar - alcançando uma lucratividade no mercado financeiro de cerca de R$ 100 milhões.

"Dessa forma, presentes o fumus boni iuris e o periculum in mora, justifica-se a decretação das medidas assecuratórias pretendidas pelo Parquet (Ministério Público) federal", assinalou o juiz João Batista Gonçalves, em sua decisão de 16 de outubro.

Publicidade

"Pelo exposto, com fulcro nos artigos 91, parágrafo 2º, do Código Penal, artigos 126 e 132 do Código de Processo Penal, defiro a medida de sequestro de valores em contas bancárias, bem como de veículos automotores, em nome dos representados Joesley Mendonça Batista e Wesley Mendonça Batista no total de R$ 238 milhões, necessário à garantia de adimplemento de eventual indenização, prestação pecuniária, multa e custas processuais", anotou o magistrado.

Joesley e Wesley estão presos na Custódia da Polícia Federal em São Paulo, por ordem de João Batista Gonçalves. Existe um segundo decreto de prisão contra Joesley e também contra o executivo Ricardo Saud, do Grupo J&F, ordenado pelo ministro Edson Fachin, do Supremo Tribunal Federal, no âmbito de investigação sob violação do acordo de colaboração que ambos fecharam com a Procuradoria.

"Destaco que o bloqueio das quantias eventualmente existentes nas contas bancárias, por meio do sistema Bacenjud, bem como de veículos, pelo sistema Renajud, deverá ater-se ao limite dos valores indicados", ordenou João Batista.

COM A PALAVRA, A J&F

A J&F não vai se manifestar.

Publicidade

Comentários

Os comentários são exclusivos para assinantes do Estadão.