PUBLICIDADE

Foto do(a) blog

Notícias e artigos do mundo do Direito: a rotina da Polícia, Ministério Público e Tribunais

Justiça bloqueia bens de ex-prefeito de Mogi das Cruzes

Junji Abe (PSD-SP) é acusado de superfaturar R$ 700 mil na contratação de refeições hospitalares para programa municipal "Pró-parto"

Por Mateus Coutinho
Atualização:

por Mateus Coutinho

PUBLICIDADE

O ex-prefeito de Mogi das Cruzes (SP) e atual deputado federal pelo PSD, Junji Abe, teve seus bens bloqueados por decisão da Justiça. Em decisão liminar, o juiz Bruno Machado Miano, da Vara da Fazenda Pública e Mogi das Cruzes, acolheu ação civil proposta pelo Ministério Público e determinou que o ex-prefeito, o ex-diretor do Departamento de Compras da Prefeitura, Dirceu Lorena de Meira, e a empresa Gourmaitre Cozinha Industrial tenham seus bens bloqueados até o limite de R$ 700 mil.

De acordo com o MP, a medida visa garantir o ressarcimento aos cofres públicos em caso de condenação futura dos réus que são acusados de superfaturar de R$ 700 mil na contratação para o fornecimento de refeições para Programa de Saúde denominado Pró-Parto, em 2008, quando Abe era prefeito.

Segundo a ação, proposta pelo Promotor de Justiça Renato Kim Barbosa, embora a Prefeitura tenha realizado uma licitação para a contratação dos serviços, os valores estavam muito acima do praticado pelo mercado. Na ocasião, o município chegou a pagar R$ 120,78 reais por refeição de pacientes infantis, cujo preço segundo a tabela da Secretária da Fazenda de São Paulo era de R$ 20,92.

No caso das refeições de pacientes adultos, o preço contratado pela prefeitura era de R$ 38,05 por refeição, quando o preço médio praticado no mercado era de R$ 22,02. A Santa Casa de Misericórdia de Mogi das Cruzes pagava, na época, valor ainda menor: R$ 14,01 por refeição individual.

Publicidade

Na decisão o magistrado chega a alegar que o então prefeito e o então diretor do Departamento de Compras da Prefeitura, que também foi o pregoeiro da licitação, "sequer podem alegar desconhecimento dos valores praticados no mercado", pois a questão teria sido levantada por um membro do Conselho Municipal de Saúde na época. "De se notar, também, que o Programa Pró-Parto era tão custoso que foi substituído pelo 'Mãe Mogiana', com volta dos pacientes ao SUS e economia aos cofres públicos municipais", diz o Juiz na decisão.

Com a palavra, a defesa: 

Por meio de nota, o ex-prefeito de Mogi das Cruzes, Junji Abe, afirmou que ainda não recebeu comunicado oficial sobre o assunto e que tão logo seja comunicado, tomará as medidas cabíveis para contestar a alegação. Rebatendo a argumentação do Ministério Público, ele garantiu que "não houve qualquer irregularidade e que tudo será esclarecido" no decorrer do processo. "Estou tranquilo, porque confio na Justiça para restabelecer a verdade dos fatos", declarou.

Já a defesa de Dirceu informou que entrou com recurso contra a decisão.

 

Comentários

Os comentários são exclusivos para assinantes do Estadão.