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Juízes federais pedem a Cármen que 'defenda o Judiciário'

Em ato público de apoio a Marcelo Bretas, juiz da Lava Jato no Rio, o presidente da Associação dos Juízes Federais, Roberto Veloso, diz que entidade ‘cansou’ de emitir notas ‘contra as atitudes do ministro Gilmar Ferreira Mendes’

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Por Julia Affonso , Constança Rezende e do Rio
Atualização:

Ato público de apoio ao juiz Marcelo Bretas. Foto: Fabio Motta/Estadão

O presidente da Associação dos Juízes Federais (Ajufe), Roberto Veloso, cobrou nesta quinta-feira, 24, um posicionamento da presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), Cármen Lúcia sobre o juiz federal Marcelo Bretas, da 7.ª Vara Federal do Rio. O ato público ocorreu em decorrência de declarações recentes do ministro Gilmar Mendes.

Após soltar o empresário Jacob Barata Filho, o 'rei do ônibus', o ministro reagiu enfaticamente às críticas da Procuradoria da República que pediu sua suspeição e impedimento. Gilmar atacou o que chama de 'inversão' de valores e disse que 'se isso acontecer, o rabo abana o cachorro'.

Ato público de apoio ao juiz Marcelo Bretas. Foto: Fabio Motta/Estadão

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Roberto Veloso cobrou de Cármen que ela defenda Marcelo Bretas das declarações de Gilmar Mendes.

"Nós esperamos, cremos que a presidente do Supremo Tribunal Federal, ministra Cármen Lúcia, defenda o Judiciário como ela defendeu quando um juiz de Brasília foi atacado pelo presidente do Senado (Renan Calheiros). A presidente do Supremo Tribunal Federal saiu em defesa do juiz federal de 1.º grau. E nós esperamos que a ministra presidente Cármen Lúcia faça o mesmo em relação ao juiz federal Marcelo Bretas, que mercê do sacrifício pessoal seu e de sua família, que tem que viver escoltado, tem que viver tomando todas as medidas de segurança para fazer seu papel e é atacado por quem deveria defender as prerrogativas do juiz federal", afirmou.

"Nós esperamos e nós estamos aqui neste dia realizando este ato de desagravo, porque nós cansamos de emitir notas contra as atitudes do ministro Gilmar Ferreira Mendes. As notas já não bastavam para tamanhas manifestações de desapreço ao poder que ele faz parte. Nós estamos aqui fazendo esse desagravo para mostrar para o ministro e para mostrar para os poderosos aquilo que está escrito no nosso hino: verás que um filho teu, Brasil, não foge à luta."

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O presidente da Ajufe citou uma possível mudança de entendimento do Supremo em relação à execução penal em 2.ª instância.

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"Essa semana mesmo estamos vendo movimentos para o Supremo Tribunal Federal voltar atrás daquilo que é uma conquista, não dos juízes de 1.º grau, que se sentiam frustrados em não ver as suas decisões, as suas sentenças efetivamente cumpridas, mas da população brasileira que já não aguenta mais tanta impunidade. E, principalmente, a impunidade daqueles que possuem condições de levar o processo até as últimas instâncias", declarou.

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