A Associação dos Juízes Federais do Brasil (Ajufe) enviou ofício ao Ministério das Relações Exteriores nesta terça-feira, 25, pedindo concessão de visto humanitário às juízas afegãs. De acordo com a entidade, cerca de 270 magistradas ainda residem no território afegão e estão em risco por desempenharem atividades jurisdicionais - eventualmente, até por terem julgado e condenado membros do Talibã, que retomou o controle do país.
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O OFÍCIO AO MREA Ajufe pede que, diante do 'episódio de fragilização dos direitos fundamentais' das magistradas que podem vir a ser perseguidas, seja concedido asilo às juízas afegãs, com base na Lei de Migração. A entidade se colocou à disposição para, juntamente com o Conselho Nacional de Justiça e demais órgãos públicos, formular soluções e políticas de acolhida para as mulheres.
A entidade enviou ainda solicitação para audiência com o ministro de Relações Exteriores, o diplomata Carlos Alberto Franco França, para tratar da crise humanitária. Encontro deve acontecer entre os dias 30 de agosto e 1º de setembro, diz a Ajufe.
O presidente da associação, Eduardo André Brandão, informou ainda que a entidade está dialogando com o Alto Comissariado das Nações Unidas para os Refugiados (ACNUR) - órgão ao qual a Ajufe é conveniada. "Acreditamos que o Brasil possa exercer papel de liderança nesse apoio humanitário", afirmou.
Até a manhã desta quarta-feira, 25, mais de 82 mil pessoas já haviam sido retiradas do Afeganistão. Cerca de 6 mil soldados americanos estão protegendo o aeroporto internacional de Cabul, a capital do país asiático.