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Juíza põe advogado no banco dos réus por homofobia contra promotora em plenário

Segundo o Ministério Público de São Paulo, o advogado Celso Machado Vendramini afirmou: 'Vai sê gay lá na Rússia pá vê o que acontece... o Putin. Eu acho que a... a... a... a democracia da Rússia... é a democracia que eu gosto'

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Por Redação
Atualização:

Sede do Ministério Público de São Paulo. Foto: MPSP/Divulgação

A juíza Cynthia Torres Cristofaro colocou no banco dos réus o advogado Celso Machado Vendramini, denunciado em dezembro por proferir ofensas homofóbicas a uma promotora do Ministério Público de São Paulo em plena sessão do 2º Tribunal do Júri da Capital, durante julgamento de dois policiais militares.

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Segundo a acusação, Vendramini fez 'comentários totalmente desconexos' ao julgamento 'imbuídos de especial ânimo de segregação à orientação sexual e à identidade de gênero do grupo LGBTQI+'.

As informações foram divulgadas pelo MPSP.

A denúncia registra que, além das ofensas generalizadas, o acusado 'ofendeu a dignidade e o decoro da promotora de Justiça que atua perante o egrégio Tribunal do Júri há 17 anos'.

De acordo com laudo transcrito na denúncia, Vendramini se dirige à promotora Cláudia Ferreira Mac Dowell e diz não saber se ela é casada ou não, mas afirma notar uma aliança na mão esquerda dela.

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"O pessoal fala muito da Rússia... eu sô fã do Putin. Sô fã do Putin... lá não tem boi não. Lá não tem passeata gay Rússia não. E os comunistas adoram... né... os comunistas... a-do-ram... Vai sê gay lá na Rússia pá vê o que acontece... o Putin. Eu acho que a... a... a... a democracia da Rússia... é a democracia que eu gosto...", diz o advogado.

Ainda segundo o MPSP, o advogado 'fez menção à aliança que a vítima utilizava em um dos dedos, comentando que acreditava que a família deveria ser preservada, com intuito claro de ofender diretamente a promotora de Justiça'.

COM A PALAVRA, O ADVOGADO

A reportagem busca contato com o advogado. O espaço está aberto para manifestações.

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