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Juíza arquiva inquérito sobre acusação de estupro envolvendo senador Irajá Silvestre

Tania da Silva Amorim Fiuza, do Departamento de Inquéritos Policiais do Fórum da Barra Funda, acolheu manifestação do Ministério Público de São Paulo sob argumento de que 'não foi possível apontar violência própria ou imprópria' por parte do parlamentar do Tocantins

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Por Pepita Ortega
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O senador Irajá Silvestre Filho (PSD-TO) durante audiência no Senado. Foto: Jane de Araújo/Agência Senado

A juíza Tania da Silva Amorim Fiuza, do Departamento de Inquéritos Policiais do Fórum da Barra Funda, acolheu parecer do Ministério Público de São Paulo e determinou o arquivamento do inquérito policial contra o senador Irajá Silvestre Filho (PSD-TO), filho da também senadora Kátia Abreu (PP-TO), por suposto estupro de uma modelo de 22 anos. Segundo a Promotoria, ao longo das apurações, 'não foi possível identificar a prática de violência, própria ou imprópria' por parte do parlamentar.

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A investigação foi aberta após a modelo registrar boletim de ocorrência no 14º Distrito Policial de Pinheiros, na zona oeste de São Paulo, em novembro de 2020, relatando ter conhecido o parlamentar durante um almoço no Jockey Club, na zona sul da capital paulista. Na sequência, segundo o registro da ocorrência, os dois seguiram para a casa noturna Café de La Musique, onde ela teria sido dopada, perdido a consciência e acordado em um flat, no Itaim Bibi, já sendo abusada.

No parecer em que pediu o arquivamento da apuração, a promotora de Justiça Eliana Faleiros Vendramini Carneiro registrou que, em um primeiro momento, quando a modelo e o senador estiveram no restaurante no Jockey, 'ninguém presenciou nada de errado'. Ainda de acordo com a promotora, a modelo e Irajá foram 'entabulando seus encontros de maneira voluntária'.

Segundo Eliana Faleiros, 'embora a vítima tenha reportado ter "sentido um apagão" já no Café de La Musique e ter recobrado a consciência na cama do flat, é possível ver em imagens das câmeras de segurança do flat chega no local andando sozinha, entrando no elevador, onde mexe sozinha em seu celular e conversa com o senador'.

O parecer da Promotoria registra que a recepcionista do flat relatou que tanto o parlamentar como a modelo estavam alcoolizados e que esta última chegou a perguntar 'onde estava'. O MP diz ainda que um vizinho 'contou o mesmo fato, mas afirmou que "não viu nada de estranho" e que "a moça aparentava estar mexendo no celular", ao perguntar onde estava, e, após ser informada pelo senador, entrou no elevador e subiu'.

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Na avaliação de Eliana, considerando 'os atos inequívocos da vítima, anteriores ao momento em que afirma ter tido um "apagão", bem como a forma como agiu até adentrar ao quarto comum', não há 'elementos que informam algum crime', ainda que a modelo 'tenha sido acometida de algum mal posterior'.

"Não se olvida todo o desespero da vítima, ao sair do flat, e registrado em seu aparelho celular e dos amigos a quem pediu ajuda, mas nenhum elemento dos autos traz indícios de que a vítima tenha tido eventual resistência diminuída ou impossibilitada por um ato do investigado. Esse nexo causal não existe nos autos", registrou a promotora.

COM A PALAVRA, OS ADVOGADOS DANIEL BIALSKI E BRUNO BORRAGINE, QUE DEFENDEM O SENADOR

A defesa do Senador da República Irajá Silvestre Filho REAFIRMA, como sempre fez questão de ressaltar, que ele jamais cometeu qualquer ilícito, atitude imoral ou inadequada. O arquivamento do Inquérito Policial é a maior prova disso. Todas as provas evidenciaram de que não houve qualquer violência ou abuso, bem como se reconhecendo que a acusação era leviana.

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