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Juiz põe em semiaberto Rocha Mattos 'arrependido' que agora admite delitos por 'ambição'

José Fabiano Camboim de Lima, da Vara de Execuções de São Paulo atendeu pedido da defesa do ex-juiz federal e determinou que o principal alvo da Operação Anaconda - deflagrada em outubro de 2003, contra esquema de venda de sentenças judiciais em São Paulo - passe o dia fora da cadeia, voltando para o presídio apenas para dormir

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Foto do author Fausto Macedo
Por Pepita Ortega e Fausto Macedo
Atualização:

Ex-juiz federal João Carlos da Rocha Mattos. Foto: Beto Barata/AE

O juiz José Fabiano Camboim de Lima, da Vara de Execuções de São Paulo autorizou, no último dia 24, a progressão para o regime semiaberto do ex-juiz federal João Carlos da Rocha Mattos. Na decisão, o magistrado registra que o principal alvo da Operação Anaconda - investigação sobre negociação de decisões judiciais - apresentou bom comportamento carcerário e ainda, segundo relatório psicossocial, 'assume delitos atribuindo a ambição', se dizendo 'arrependido'.

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As informações foram divulgadas pelo repórter Leo Arcoverde, do G1, e confirmadas pelo Estadão.

Caso não tenha nenhuma falta disciplinar, Rocha Mattos poderá passar o dia fora da cadeia, voltando para o presídio apenas para dormir. Segundo a decisão de Lima, o ex-juiz disse a assistente social que 'possui planos futuros de trabalhar com o filho advogado'.

O ex-juiz está preso desde outubro de 2016 no Cadeião de Pinheiros, zona Oeste de São Paulo. Em tal ano, o Supremo Tribunal Federal determinou o trânsito em julgado de dois processos contra Rocha Mattos por falsidade ideológica e peculato.

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Antes disso, o Rocha Mattos chegou a passar oito anos na cadeia, mas foi solto em 2011.

O ex-juiz foi acusado de ser o mentor de uma organização criminosa que negociava decisões judiciais, descoberta nas investigações da Operação Anaconda. Deflagrada em 2003, a operação resultou em várias ações penais propostas pelo Ministério Público Federal.

Na época, Rocha Mattos foi preso e condenado a 3 anos de prisão por formação de quadrilha. Em outros processos, o ex-juiz foi sentenciado por denunciação caluniosa, abuso de autoridade, falsidade ideológica, peculato e lavagem de dinheiro, somando penas que ultrapassam 30 anos de prisão.

Em 2015, o Brasil conseguiu recuperar R$ 77,4 milhões que haviam sido depositados pelo ex-juiz em contas ilegais na Suíça.

Dois imóveis que pertencem a Rocha Mattos - avaliados em R$ 1,5 e R$ 2,8 milhões - irão a leilão em março deste ano por determinação da Justiça Federal de São Paulo. A ordem foi expedida pela 6.ª Vara Criminal após trânsito em julgado da ação em que o ex-juiz foi condenado por lavagem de dinheiro.

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