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Juiz manda soltar 25 e mantém servidoras presas por fraudes na UFPR

Juiz entende que servidoras da universidade concentravam poder no esquema, mas que demais investigados prestaram os esclarecimentos necessários e que não oferecem riscos, por enquanto, caso permaneçam soltos

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Por Mateus Coutinho e Fausto Macedo
Atualização:
Fachada da UFPR, em Curitiba. Foto: Marcos Solivan/Divulgação

O juiz Marcos Josegrei da Silva, da 14ª Vara Federal no Paraná, determinou nesta tarde a soltura de 25 dos 28 investigados presos temporariamente na Operação Research, deflagrada na quarta-feira, 15, para apurar o desvio de verbas de bolsas de pesquisa da UFPR para pessoas sem relação com a universidade. Mais tarde, o juiz acatou o pedido da Polícia Federal e prorrogou por mais cinco dias as prisões temporárias das servidoras da universidade Conceição Mendonça e Tania Catapan, acusadas de liderar o esquema.

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Para o juiz, a investigação aponta para a "concentração de poder", sobretudo de Conceição, no esquema e a postura delas, ao gastar dinheiro dos recursos desviados inclusive com joias e semijoias, "denota uma desfaçatez incomum até para os já rebaixados padrões adotados nacionalmente por criminosos especializados no desvio de recursos públicos". Diante disso, o magistrado entendeu ser necessário mais esclarecimentos sobre o material apreendido na investigação que envolve as duas servidores.

'DESFAÇATEZ INCOMUM'

"Objetivamente, o que se tem no momento é uma quantidade significativa de material apreendido que está sendo analisado, um desvio colossal de dinheiro público que teve, prioritariamente, como destinatários as duas servidoras citadas, e a busca por se reconstituir o caminho que os valores tomaram, visando a sua recomposição", seguiu Marcos Josegrei.

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Por outro lado, o magistrado entendeu que as outras 25 pessoas, que forneceram suas contas bancárias para receber o dinheiro as bolsas que seria usado por terceiros já prestaram os esclarecimentos necessários e não arquitetaram o esquema criminoso, por isso não precisam ficar mais detidas.

"Essas circunstâncias, aliadas a que o plano delituoso não foi arquitetado e conduzido diretamente por elas, não havendo, por enquanto, indicativo de que façam da prática criminosa um hábito em suas vidas, entendo por bem revogar as suas prisões temporárias, antecipando as suas solturas para o dia de hoje", assinala o magistrado, lembrando que as prisões temporárias, que têm prazo de cinco dias, venceriam no domingo.

O juiz ressaltou ainda que "obviamente, todos seguirão como investigados nos autos e terão, individualmente, as suas participações apuradas de forma exaustiva", lembrando que eles não poderão recusar as convocações da Justiça e devem manter seus endereços e telefones atualizados perante as autoridades.

Além disso, a PF pediu a manutenção da prisão de um dos investigados, que só foi detido nessa quinta-feira, 16, após se entregar. O pedido também foi acatado. Dos 29 investigados alvos de mandados de prisão, um já havia sido solto na quarta-feira mesmo devido a sua idade avançada, de 72 anos. Com isso, restaram presos apenas três detidos na operação.

Segundo as investigações, entre 2013 e 2016 o esquema teria desviado R$ 7,3 milhões em bolsas de pesquisas que foram destinadas a pessoas sem relação nenhuma com a UFPR. Com a deflaração da operação, as duas servidoras foram afastadas dos cargos.

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