Por Ricardo Brandt e Fausto Macedo
O juiz federal Sérgio Moro encaminhou para a Controladoria-Geral da União (CGU) nessa segunda os depoimentos do ex-diretor de Abastecimento da Petrobrás Paulo Roberto Costa e do doleiro Alberto Youssef, alvos da Operação Lava Jato. Ele solicitou que a CGU comunique as medidas tomadas em relação ao que for apurado no caso das obras da Refinaria Abreu e Lima, em Pernambuco.
Costa e Youssef confessaram participar de um esquema de direcionamento de licitações, superfaturamento, serviços fantasma, pagamento de propina e lavagem de dinheiro, que abasteceu partidos e campanhas políticas, em especial em 2010 sob o comando do PT, do PMDB e do PP.
Eles disseram que grandes empreiteiras pagavam 3% de propina para manter seus contratos na obra.
O alvo principal da organização criminosa denunciada na Lava Jato era a Petrobrás, nas obras da refinaria de Abreu e Lima, em Pernambuco - a primeira a ser feita no governo Luiz Inácio Lula da Silva. Ela começou a ser erguida em 2008. De uma estimativa inicial de R$ 2,5 bilhões hoje ela passa dos R$ 30 bilhões, com duas decisões do TCU de superfaturamento já julgadas. Toda obra é alvo de auditorias e tomadas de contas do tribunal de uma maneira fatiada, por tipos de serviços e irregularidades.
O juiz da Lava Jato registra em sua autorização à CGU o compartilhamento da prova para utilização em "procedimentos de apuração de ilícitos administrativos". "Solicito que o resultado de eventuais apurações ou procedimentos seja oportunamente comunicado a este juízo", conclui Moro.