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Juiz da Hashtag não vê 'liderança' no grupo sob suspeita de terrorismo

Marcos Josegrei da Silva, da Justiça Federal de Curitiba, afirma que 'não sofreu pressões' de agências de inteligência do exterior para deflagrar a operação

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Foto do author Fausto Macedo
Por Julia Affonso , Mateus Coutinho e Fausto Macedo
Atualização:

O juiz Marcos Josegrei da Silva, da Operação Carne Fraca. Foto: ERNANI OGATA/CÓDIGO19/PAGOS

O juiz federal Marcos Josegrei da Silva, da 14.ª Vara da Justiça Federal de Curitiba, afirmou nesta quinta-feira, 21, que 'não vê uma liderança' no grupo desmantelado pela Operação Hashtag - investigação da Polícia Federal sobre suspeitos de promoção do Estado Islâmico no Brasil.

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Em entrevista coletiva, indagado sobre a existência de algum líder na organização, o juiz federal disse. "Têm alguns que são mais ativos, difícil falar em liderança na medida em que não há uma organização entre eles. Os contatos são por meio virtual, têm pessoas mais ativas, têm um conhecimento maior da dinâmica desse tipo de organização e se manifestam mais claramente. E têm pessoas que são menos, as manifestações são menos incisivas, são mais de postagens de imagens e de fotos. Dizer assim uma liderança que fosse topo de uma organização piramidal eu não ousaria dizer."

O magistrado enfatizou. "Essa questão da liderança eu quero esclarecer que foi uma leitura feita pelo ministro da Justiça (Alexandre de Moraes). Eu, como juiz do caso, não ousaria dizer que ele (um dos suspeitos) é uma liderança proeminente neste caso. Pelo que posso recordar do caso não é uma pessoa a mais proeminente digamos assim. A vinda do processo para cá (Justiça Federal no Paraná), do inquérito, foi menos pela proeminência dele (do suspeito) mais pela residência dele ser na região de Curitiba. (Atuaçao) era semelhante aos dos demais, vídeos de execuções públicas, manifestações de que aquilo era correto."

Josegrei afirmou que 'não sofreu pressões' de organismos de inteligência internacionais para autorizar a deflagração da Operação Hashtag.

"Não houve nenhuma interferência por parte de agência externa nenhuma", declarou o juiz. "O trabalho foi feito diretamente pela autoridade policial com o Ministério Público e o Judiciário recebendo os requerimentos (de medidas cautelares, como prisões, buscas e apreensões e conduções coercitivas)."

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O magistrado disse que os suspeitos têm 'idades variadas, são pessoas de meia idade para jovens, não têm pessoas muito mais velhas, varia dos 20 anos aos 40 anos, essa faixa'.

"Aparentemente, ninguém tem ascendência árabe, mas posso dizer que todos usam nomes árabes. Alguns dizem que juraram lealdade ao Estado Islâmico."

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