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Juiz barra torcida única em clássico goiano por 'momento crítico' dos times

Élcio Vicente da Silva, da 3.ª Vara da Fazenda Pública de Goiania, fixou em 8 mil o número de torcedores de cada time na partida marcada para o dia 14 sob argumento de que Vila Nova e Goiás dependem de 'público comparecente'

Por Luiz Fernando Teixeira
Atualização:
 

A partida entre Vila Nova e Goiás, marcada para 14 de outubro, válida pela 29.ª rodada do Campeonato Brasileiro da Série B, terá lotação máxima de 16 mil torcedores. A decisão foi do juiz Élcio Vicente da Silva, da 3.ª Vara da Fazenda Pública Estadual, por causa do último jogo entre os clubes, no dia 24 de junho, que terminou com a morte de um torcedor do Goiás.

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O pedido do Ministério Público do Estado de Goiás, através de uma ação civil pública, foi para que o clássico fosse disputado com torcida única.

A Promotoria levou em consideração parecer da Polícia Militar, recomendando a medida para os jogos entre Goiás e Vila Nova por causa dos confrontos entre torcidas organizadas.

Entretanto, o magistrado argumentou que a importância da partida não permitiria a torcida única. "O clube Vila Nova depende do público comparecente no estádio para obter sua ascensão à série A. Por sua vez, o Goiás também precisa de sua torcida para permanecer na série B", argumentou Élcio Vicente da Silva.

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"Ao invés de simplesmente fechar o estádio a uma das torcidas, num momento crítico para os times Vila e Goiás, reputo que a melhor solução (possível neste momento), seria a redução do número de torcedores neste clássico, de modo a garantir a possibilidade de segurança mais efetiva e permitir a realização do espetáculo. Tomando como referência o efetivo que normalmente se designa nestes casos (700 policiais), determino que o jogo aconteça com 8 mil torcedores de cada lado, quase metade do público da primeira partida."

Na mesma decisão, o magistrado informou que os clubes concordaram em realizar as partidas do próximo ano com torcida única 'demonstrando maturidade e compreensão da situação de segurança nos estádios e arredores'. "Uma das fontes de renda dos clubes é a bilheteria dos estádios e lhes interessa sobremaneira um ambiente seguro durante a disputa das partidas", assinalou.

O juiz disse que a Secretaria de Segurança Pública já informou que está em fase adiantada a identificação e cadastro dos jogadores que ingressam no Estádio Serra Dourada, para que não haja impunidade para aqueles que praticarem crimes durante os jogos.

Ainda, a Agetop, responsável pela administração do estádio, mencionou que o estabelecimento possui equipamento moderno de reconhecimento facial, necessitando, apenas de recursos para cadastrar os torcedores.

"Levando em conta o alto investimento do Estado de Goiás no sistema de reconhecimento facial, que seria equiparado e até melhor do que o de biometria (digital), não seria prudente proferir alguma decisão judicial determinando novo gasto", ponderou o magistrado.

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Élcio Vicente da Silva destacou que o Ministério Público de Goiás quer o sistema de biometria, 'mas o melhor é que se aguarde o cadastramento dos torcedores no sistema de reconhecimento facial'.

"De qualquer forma, não haveria tempo para implementar um ou outro de forma operacional para o jogo do dia 14 de outubro próximo, que é a questão mais urgente nesta ocasião."

Na liminar, o presidente do Vila Nova, Ecival Martins, manifestou apoio à torcida única. Segundo ele a torcida do Goiás provocou a confusão e, como o mando de campo é do Vila Nova, se houver algum incidente no jogo, o clube será novamente penalizado.

COM A PALAVRA, O COMANDANTE-GERAL DA POLÍCIA MILITAR DE GOIÁS, DIVINO ALVES DE OLIVEIRA

"Ainda não houve deliberação por parte da Secretaria de Estado da Segurança Pública do Estado de Goiás, havendo reunião agendada para tratar do assunto, prevista para ocorrer na semana que vem."

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COM A PALAVRA, O VILA NOVA

"O Vila Nova recorreu da decisão e não irá se pronunciar sobre a liminar."

COM A PALAVRA, O GOIÁS

"O Goiás Esporte Clube parabeniza o excelentíssimo juiz Élcio Vicente da Silva, da 3.ª Vara da Fazenda Pública Estadual, pela decisão de conceder as torcidas de Goiás e Vila Nova o direito de estarem presentes no estádio Serra Dourada no clássico do próximo dia 14 de outubro. O clube esmeraldino acredita que prevaleceu a coerência e o bom senso por parte do magistrado.

O esporte deve ser instrumento de reflexão para toda a sociedade, por isso, é importante pautar todas as ações, sobretudo de um clássico, na paz e no respeito ao torcedor adversário. Para tanto, o Goiás se compromete a incentivar a presença de seus torcedores no estádio e também irá salientar aos mesmos que devem vibrar, empurrar a equipe, fazer uma bela festa, porém, sem desrespeitar os torcedores colorados.

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O Goiás é, e sempre será, terminantemente contra qualquer tipo de violência, seja ela dentro ou fora dos estádios. O clube alviverde tem plena confiança no trabalho da Polícia Militar do Estado de Goiás, que, certamente, proporcionará total tranquilidade e conforto para as duas torcidas."

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