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José Dirceu pede 'acesso integral' à Lava Jato

Ex-ministro da Casa Civil (governo Lula), sob suspeita de lavar dinheiro de propinas e com medo de ser preso, quer saber tudo o que há nos autos contra ele e sua antiga empresa, a JD Assessoria e Consultoria

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Atualização:

José Dirceu. Foto: André Dusek/Estadão

Por Ricardo Brandt, enviado especial a Curitiba, Mateus Coutinho e Fausto Macedo

O ex-ministro José Dirceu (Casa Civil no governo Lula) requereu ao juiz federal Sérgio Moro 'acesso integral' aos autos da Operação Lava Jato. O pedido de Dirceu, subscrito por seus advogados, ocorre em uma etapa nervosa da investigação sobre corrupção na Petrobrás. Ele teme que está 'sob iminente ameaça de prisão'.

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Depois que o lobista Milton Pascowitch fez delação e cravou que seus contratos de consultoria disfarçam propinas do esquema na estatal petrolífera, Dirceu está convencido que pode ser o próximo alvo da Lava Jato. Por isso, bateu às portas do Tribunal Regional Federal da 4.ª Região (TRF4) com pedido de liminar em habeas corpus preventivo, mas não teve êxito.

Justiça rejeita novo pedido de habeas para Dirceu

Laudo relaciona consultoria de Dirceu à propina na Petrobrás

O temor de Dirceu aumentou ainda mais quando a Polícia Federal incluiu sua JD Assessoria e Consultoria, em um grupo de 31 empresas 'suspeitas de promoverem operações de lavagem de dinheiro' em contratos das obras da Refinaria Abreu e Lima (Rnest), em Pernambuco. A construção foi iniciada em 2007 e deveria custar R$ 4 bilhões, mas já consumiu mais de R$ 23 bilhões da Petrobrás.

O documento da PF é o primeiro de uma série de perícias técnicas que apontam um porcentual de desvios na Petrobrás de até 20% do valor de contratos. O porcentual é superior aos 3% apontados até aqui na Lava Jato, que incluía apenas da propina dos agentes públicos e políticos.

A JD - que passou a ser usada por Dirceu para dar consultorias e palestras após sua saída do governo Luiz Inácio Lula da Silva, em 2006 - integra tabela de empresas indicadas "como operadoras de lavagem de capitais".

"No período compreendido entre 31 de maio de 2010 e 28 de fevereiro de 2011, foi identificada movimentação financeira da empresa Construções e Comércio Camargo Corrêa S/A para a empresa JD - Assessoria e Consultoria Ltda, num montante de R$ 844,6 mil", registra a perícia.

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Nesta terça-feira, 14, os advogados Roberto Podval e Viviane Santana Jacob Raffaini pediram ao juiz federal Sérgio Moro que 'disponibilize por meio do sistema processual eletrônico acesso integral dos autos, tendo em vista que o peticionário (Dirceu) figura como investigado'.

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