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Jonas Donizette avisa que vai recorrer de acórdão que o tira da prefeitura de Campinas

Prefeito de Campinas, condenado pelo Tribunal de Justiça de São Paulo à perda da função pública e suspensão dos direitos políticos por cinco anos por supostamente criar 'cabide empregos', diz, por meio de sua defesa, que 'não está afastado do cargo' e que decisão só pode ser executada após trânsito em julgado

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Por Julia Affonso , Luiz Vassallo e Fausto Macedo
Atualização:

Jonas Donizette (PSB) Foto: Gustavo Magnusson

O prefeito Jonas Donizette (PSB) informou nesta quinta, 6, por meio de seus advogados, que vai recorrer da sentença do Tribunal de Justiça de São Paulo que decretou a perda de sua função pública por autorizar em seu governo a contratação de 1851 servidores sem concurso público.

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O secretário de Assuntos Jurídicos da prefeitura de Campinas, Peter Pannuto, e o advogado do prefeito, Marcelo Pelegrini, afirmaram em coletiva no Paço Municipal, que o prefeito 'não está afastado do cargo'.

Segundo os advogados, a decisão do Tribunal de Justiça determinou a perda de função pública do prefeito, 'que só pode ser executada, de acordo com o artigo 20 da Lei de Improbidade Administrativa, após o trânsito em julgado, ou seja, depois de esgotadas todas as possibilidades de recursos'.

Em acórdão, a desembargadora Silvia Meirelles, da 6.ª Câmara de Direito Público do TJ, afirmou que Donizette criou um 'cabide de empregos' no Executivo. Silvia ordenou a exoneração de todos os comissionados, em 30 dias.

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Segundo a magistrada, o prefeito 'se mostrou inapto para o exercício do cargo político de chefe do Poder Executivo Municipal, instaurando efetivo patrimonialismo durante o seu mandato'.

Silvia impôs a Jonas multa no valor de trinta vezes a remuneração do prefeito na data do julgamento. Em abril, ele recebeu R$ 23.894,65. A multa deve alcançar R$ 716 mil.

"A defesa do município e do prefeito vão estudar a decisão e analisar quais as melhores formas de recorrer", informaram o secretário de Assuntos Jurídicos e o advogado de Jonas.

Segundo eles, os recursos serão impetrados junto ao Superior Tribunal de Justiça e ao Supremo Tribunal Federal.

Sobre os funcionários comissionados, os advogados da prefeitura e de Jonas observaram que a desembargadora determinou 'o desligamento dos profissionais em 30 dias, após a publicação da decisão'.

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"O acórdão ainda não foi publicado e a Prefeitura também irá recorrer, requerendo o efeito suspensivo da decisão."

Peter Pannuto e Marcelo Pelegrini ressaltam que 'o prefeito, após orientação da Procuradoria de Justiça, foi quem teve a iniciativa de criar uma lei que limitou em 4% o número de servidores comissionados em relação ao total de servidores na Administração Municipal'.

"Hoje, o número de servidores comissionados está em torno de 3% do total", assinalam.

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