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Joesley entrega à Procuradoria planilha de propinas a ex-presidente da Petros

Executivo da JBS diz que registros têm por objetivo corroborar declarações sobre pagamentos de R$ 2,7 milhões a Wagner Pinheiro

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Foto do author Julia Affonso
Foto do author Luiz Vassallo
Por Julia Affonso e Luiz Vassallo
Atualização:
 Foto: Estadão

Para corroborar suas declarações à Procuradoria-Geral da República, o empresário Joesley Batista, do Grupo JBS, entregou planilhas com valores que seriam propina a Wagner Pinheiro, ex-presidente da Petros - o fundo de pensão dos funcionários da Petrobrás. O delator contou aos investigadores que pagou entre março de 2010 e julho de 2015 propina de R$ 2.700.841,94 a Wagner Pinheiro. Os valores, segundo o delator, saíram do porcentual de 1% sobre a constituição do Fundo FIP-Florestal.

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Documento

AS PLANILHAS

As tabelas de Joesley têm títulos e cinco colunas: data, histórico, D, C e saldo. A primeiro planilha, a 'WP', é um resumo das outras duas tabelas com o saldo total de R$ 2,75 milhões. Estão indicados dois 'débito-Junior', de 1,375 milhão e de 250 mil, um 'débito - W', de R$ 500 mil, e uma transferência externa de 1,375 milhão.

A segunda planilha é intitulada 'WP (transf. Externa) - Estandyr'. A terceira tabela de Joesley é a 'Junior - WP', também com saldo de 1,375 milhão.

O executivo da JBS entregou ainda uma quarta planilha com sete colunas: data, título, parcela, documento, vcto, histórico e débito. Os valores constam como pagamento fornecedores diversos, entre 2010 e 2014, e 'pagto Jr' em 2015.

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 Foto: Estadão
 Foto: Estadão

Joesley declarou ter pago R$ 300 mil da propina em espécie.

"Entregas ocorridas em 6 de fevereiro de 2015 (100 mil), 25 de março de 2015 (50 mil), 28 de maio de 2015 (50 mil), 23 de junho de 2015 (50 mil) e 28 de julho 2015 (50 mil), feitas por Demilton a Junior, irmão de Wagner Pinheiro", detalhou. "O valor remanescente foi pago por meio de notas fiscais falsas emitidas por Júnior contra empresas do Grupo JBS, quase sempre à razão de uma por mês, em valores que se iniciaram em R$ 34.374,99 e aumentaram progressivamente até alcançar R$ 53.249,99."

COM A PALAVRA, WAGNER PINHEIRO

A reportagem não localizou Wagner Pinheiro. O espaço está aberto para sua manifestação.

COM A PALAVRA, A PETROS

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Em linha com a política de transparência da Diretoria Executiva e em respeito aos participantes, a Petros vem a público esclarecer os seguintes pontos em relação às últimas notícias envolvendo a Fundação:

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1. Fomos surpreendidos com as informações reveladas pela delação em relação a possíveis vantagens pessoais de antigos dirigentes, como contrapartida de direcionamento de investimentos da Fundação.

2. De pronto, repudiamos qualquer utilização de posição na Petros para obtenção de vantagens pessoais.

3. A partir dessa notícia, e mesmo antes de qualquer comprovação que possa ser obtida no curso da investigação realizada pelas autoridades competentes, as Comissões Internas de Apuração em andamento e aquelas programadas pela administração da Petros darão maior foco aos investimentos decididos durante a gestão dos dirigentes mencionados.

4. Os resultados das apurações internas continuarão sendo imediatamente encaminhados às autoridades competentes, seguindo o procedimento de colaboração que foi tomado pela Administração da Petros desde o início das investigações sobre investimentos dos fundos de pensão.

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5. Esse procedimento não elimina a possibilidade de processos de responsabilização de dirigentes, no intuito de buscar ressarcimento e de defender a imagem da instituição. Essa iniciativa já está em andamento, em fase de aprofundamento das discussões de linhas de atuação com nossos advogados internos e externos.

6. Lamentamos que mais uma vez a Fundação esteja negativamente exposta no noticiário, por fatos supostamente ocorridos no passado. A atual direção da Petros, com a colaboração de seus dedicados funcionários, tem envidado todos os esforços para reforçar a governança, aumentar a transparência, aperfeiçoar a gestão administrativa e previdenciária e recuperar a rentabilidade dos ativos dos respectivos planos.

Os participantes e assistidos, verdadeiros donos dos recursos dos planos geridos pela Petros, podem contar com o compromisso de que a atual gestão da entidade tomará, de forma responsável e cuidadosa, todas as providências no sentido de buscar o ressarcimento de eventuais recursos desviados ou indevidamente utilizados, bem como de manter a reputação da instituição.

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