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Job é vítima da família de Geddel, diz advogado

Marcelo Ferreira, advogado do ex-assessor de Lúcio Vieira Lima, diz que Job Brandão executava funções domésticas na casa da mãe de Geddel e que os peemedebistas exigiam a devolução de 70 a 80% de seu salário

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Por Fabio Serapião
Atualização:

Geddel Vieira Lima. Foto: Dida Sampaio/Estadão

O advogado Marcelo Ferreira, responsável pela defesa do ex-assessor parlamentar do deputado Lúcio Vieira Lima (PMDB-BA), Job Ribeiro Brandão, afirmou que seu cliente era contratado para a Câmara dos Deputados, mas que "efetivamente trabalhava na casa da mãe dos parlamentares, exercendo atividades essencialmente domésticas,totalmente estranhas ao interesse público".

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Job Brandão virou alvo da Operação Tesouro Perdido no momento em que a PF identificou suas digitais em parte dos R$ 51 milhões encontrados em um apartamento em Salvador, a 1,2 km da residência de Geddel Vieira Lima. O ex-ministro e o deputado Lúcio Vieira Lima são investigados pelo crime de lavagem de dinheiro.

De acordo com o advogado, o ex-funcionário é vítima da família de Geddel Vieira Lima que "exigia, mensalmente, durante todos esses anos, a devolução de 70 a 80% de seu salário." "Tive a oportunidade de visitá-lo e pude constatar a simplicidade de sua casa e a real condição financeira, totalmente incompatível com o salário de um secretário parlamentar", disse o advogado ao Estado.

Em documento protocolado nesta sexta-feira, 17, no Supremo Tribunal Federal (STF), o advogado informou ao ministro Edson Fachin o interesse do ex-assessor em assinar um acordo de colaboração premiada.

"A partir do depoimento de Job Ribeiro Brandão, prestado no dia 14/11/2017, na sede da Polícia Federal em Salvador, verifica-se com clareza solar que o requerente não pretende se furtar à aplicação da lei penal, ao contrário, manifestou, espontaneamente, o desejo de colaborar com as investigações", diz a petição.

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A defesa de Job mira três objetivos. O primeiro deles, a redução da fiança estipulada para sua soltura, já foi alcançado. O segundo seria derrubar o mandado de prisão expedido contra ele e a terceira é o ressarcimento dos valores que, segundo Job, eram devolvidos ao deputado e seu familiares. Para alcançar o terceiro objetivo, o ex-assessor deve indicar pessoas com conhecimento sobre a devolução de cerca de 80% do salário ao deputado.

Na petição encaminhada ao STF, o advogado de Job apontou que seu cliente é "primário de bons antecedentes, tem residência fixa na cidade de Salvador, tudo a demonstrar que não há risco para a ordem pública ou inconveniente para a investigação ou persecução penal com sua soltura."

O Estado procurou o advogado Gamil Föppel, responsável pela defesa de Geddel Vieira Lima, mas ele não retornou aos contatos.

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