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Jersey manda para a Prefeitura de São Paulo R$ 34,944 milhões confiscados de Maluf

Valor correspondente a US$ 8,4 milhões foi depositado em conta no último dia 24

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Foto do author Pepita Ortega
Foto do author Fausto Macedo
Por Pepita Ortega e Fausto Macedo
Atualização:

 Foto: Reprodução

A Prefeitura de São Paulo recebeu um depósito de R$ 34,944 milhões - equivalentes a US$ 8,4 milhões - direto da Ilha de Jersey, no Reino Unido, valor confiscado de contas atribuídas ao ex-prefeito Paulo Maluf (1993/1996). O dinheiro faz parte de um montante de R$ 344 milhões que Maluf teria desviado dos cofres públicos durante sua gestão, inclusive nas obras da Avenida Água espraiada, hoje Roberto Marinho.

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Maluf, 88 anos, cumpre em regime domiciliar pena de 7 anos, 9 meses e dez dias pelo crime de lavagem de dinheiro.

O promotor de Justiça Silvio Antonio Marques, que integra os quadros da Promotoria de Defesa do Patrimônio Público da Capital - braço do Ministério Público do Estado -, informou que os R$ 34,944 milhões fazem parte de um volume total superior a US$ 200 milhões 'que ainda têm que ser repatriados' de Jersey.

"A família Maluf movimentou em Jersey cerca de US$ 230 milhões. Ainda falta muito dinheiro."

Os R$ 34,944 milhões estavam estocados em uma conta da offshore Macdoel Investment Limited, da qual Maluf era o verdadeiro controlador, segundo as investigações. Outras duas offshores também foram usadas para manter em Jersey recursos desviados do erário paulistano, segundo a Promotoria - Kildare e Durant International.

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A investigação mostrou que os valores desviados de obras milionárias em São Paulo, especialmente grandes obras de engenharia civil, foram enviados para os Estados Unidos e Suíça, depois Inglaterra e até Jersey. Uma parcela menor foi para a França e outra para Luxemburgo.

O promotor Marques destaca que entre 1996 e 1997, Maluf repatriou US$ 92 milhões para investir na empresa da família, a Eucatex.

A Promotoria avalia que provavelmente os bens da família Maluf e da Eucatex 'não serão suficientes para pagar todas as despesas de condenação pelo prejuízo de R$ 344 milhões aos cofres públicos'.

Defesa

O ex-prefeito sempre negou a prática de ilícitos em sua administração. Ele afirma que jamais manteve contas no paraíso fiscal de Jersey.

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