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JBS usou três doleiros para fazer 9 mil pagamentos de propinas a políticos

Informação foi revelada à Procuradoria pelo diretor financeiro do grupo, Demilton Castro, apontado como responsável pela organização de repasses ilícitos

Por Pedro Leite
Atualização:

Demilton Antonio de Castro. Foto: Reprodução

De 2006 a 2014, três doleiros foram responsáveis por operar nove mil pagamentos da JBS a agentes públicos, segundo o diretor financeiro do grupo, Demilton Antonio de Castro, apontado como responsável pela organização do pagamento de propinas da empresa.

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Em delação na sede da Procuradoria-Geral da República, o diretor afirmou que os doleiros uruguaios Francisco, conhecido como 'Paco', e Raul eram os principais responsáveis por repassar dinheiro à JBS. No Brasil, o contato para as transferências era Davi, doleiro baseado em São Paulo.

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A comunicação entre eles era feita por VPN (uma rede privada de internet), onde cada operador recebia um código em números. Castro passava, então, as instruções ao banco suíço Julius Baer, onde duas offshores do Panamá tinham conta-corrente.

O Julius Baer é a instituição financeira que também manteve quatro contas de empresas offshores controladas pelo deputado cassado Eduardo Cunha (PMDB-RJ), ex-presidente da Câmara preso pela Lava Jato em Curitiba.

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Essas operações eram registradas pelo diretor em uma planilha com datas, nomes e, em alguns casos, os valores da propina.

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De acordo com Castro, a planilha não contempla pagamentos feitos por meio de notas frias, com contratos fraudulentos. Haveria outros documentos com as relações desse tipo de pagamento.

"A JBS ordenava que os pagamentos saíssem de uma dessas empresas, por meio de depósitos em contas de doleiros, que os repassavam em reais no Brasil", contou o delator.

Demilton Castro disse que não era dele a decisão sobre quem recebia a propina, mas cabia a ele operar a transferência, o que fez com que mantivesse contato com os doleiros.

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