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Janot diz adeus à Procuradoria

Ex-procurador-geral que denunciou ex-presidente Michel Temer (MDB) duas vezes se aposenta

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Por Julia Affonso
Atualização:
 

O ex-procurador-geral da República Rodrigo Janot, de 62 anos, disse adeus ao Ministério Público Federal. Nesta quinta-feira, 25, o Diário Oficial publicou a Portaria n° 336, de 22 de abril, assinada pela procuradora-geral da República, Raquel Dodge, que concede aposentadoria voluntária a Janot.

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"A Procuradora-geral da República, no uso de suas atribuições conferidas pelo inciso XX do artigo 49 da Lei Complementar nº 75, de 20/5/1993, e de acordo com as informações constantes do Procedimento de Gestão Administrativa - PGEA MPF/PGR nº 1.00.000.000720/2019-38, resolve:

Art. 1º Conceder aposentadoria voluntária, com proventos integrais, ao Doutor Rodrigo Janot Monteiro de Barros, matrícula 25, no cargo de subprocurador-geral da República da carreira do Ministério Público Federal", informa o documento.

"Esta Portaria entra em vigor na data de sua publicação. Raquel Elias Ferreira Dodge."

Nesta quarta-feira, 24, Janot comunicou aos seus seguidores do Twitter ter sido alvo de uma ação de hacker 'muito proativo'. "Amigos . Meu telefone foi clonado ou hackeado. Hacker muito proativo. Já tentou acessar minha conta Apple, Telegram, conta bancária e por aí vai. Tem muito interesse em meus bancos de informação. Vamos enfrentar! Tenho algumas desconfianças."

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Rodrigo Janot foi o chefe do Ministério Público Federal por dois mandatos, entre 2013 e 2017. Durante este período, o então procurador-geral denunciou ao menos 30 políticos de seis partidos na Operação Lava Jato e em desdobramentos da maior investigação contra a corrupção do País.

Rodrigo Janot. Foto: Amanda Perobelli/Estadão

O PP, o PMDB e o PT são as legendas que tiveram mais representantes acusados. Na lista está o alto escalão da República do País, o presidente Michel Temer (PMDB) - por duas vezes -, o ex-presidente Lula (PT) e o senador Aécio Neves (PSDB).

O ex-presidente da Câmara Eduardo Cunha (PMDB-RJ) foi alvo de três denúncias de Janot. O ex-deputado, preso desde outubro de 2017, foi acusado por propinas na Suíça, por vantagens indevidas relacionadas a sondas da Petrobrás e por desvios no Fundo de Investimentos do FGTS da Caixa.

Currículo

Janot é graduado em Direito pela Universidade Federal de Minas Gerais e especialista em Direito Comercial e ingressou no Ministério Público Federal em 1984. Foi procurador-chefe substituto da Procuradoria da República do Distrito Federal de 1984 a 1987. Promovido a procurador regional da República em maio de 1993 e a subprocurador-geral da República em outubro de 2003, com atuação perante o Supremo Tribunal Federal.

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Foi coordenador do Meio Ambiente e dos Direitos do Consumidor da Procuradoria-Geral da República de 1991 a março de 1994; secretário-geral do Ministério Público Federal entre julho de 2003 e julho de 2005; coordenador-geral do Centro de Pesquisa e Segurança Institucional do Ministério Público Federal; diretor-geral da Escola Superior do Ministério Público da União; e membro das 7ª, 3ª e 5ª CCR's.

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