PUBLICIDADE

Foto do(a) blog

Notícias e artigos do mundo do Direito: a rotina da Polícia, Ministério Público e Tribunais

Janene dava dinheiro para bancada toda, diz ex-assessor do PP a Moro

João Cláudio Genu, preso na Lava Jato, foi interrogado na ação penal em que é réu por corrupção, lavagem de dinheiro e organização criminosa

Foto do author Julia Affonso
Foto do author Fausto Macedo
Por Julia Affonso , Ricardo Brandt e Fausto Macedo
Atualização:

João Cláudio Genu. Foto: Reprodução

O ex-assessor parlamentar João Claudio Genu, réu da Lava Jato, afirmou em depoimento nesta quinta-feira, 23, que entregou propina ao ex-diretor de Abastecimento da Petrobrás Paulo Roberto Costa, primeiro delator da grande operação anticorrupção.

Genu, ex-assessor do ex-deputado José Janene (ex-PP, morto em 2010), informou ao juiz federal Sérgio Moro que está colaborando com a investigação.

PUBLICIDADE

Moro questionou Genu se sabia se havia dinheiro 'direcionado para outros políticos'.

"Sabia. Desde 2004, o Janene dava dinheiro para bancada toda", declarou Genu, preso na Lava Jato.

O ex-assessor foi interrogado em ação penal que responde por corrupção, organização criminosa e lavagem de dinheiro envolvendo valores desviados do esquema de corrupção na Petrobrás. A força-tarefa aponta que o ex-assessor parlamentar teria recebido R$ 6 milhões do esquema, mesmo enquanto era julgado pelo Supremo Tribunal Federal (STF) no Mensalão.

Publicidade

Ao juiz da Lava Jato, Genu declarou que, a partir de 2007, passou a trabalhar diretamente com Janene e recebia remuneração de R$ 50 mil mais as despesas que tinha. Segundo Genu, ele era responsável por organizar 'tudo o que o Janene fazia'.

Durante o interrogatório, o ex-assessor afirmou que sabia da existência do esquema de corrupção e propinas da Petrobrás. Genu relatou que recebeu dinheiro de entregadores do doleiro Alberto Youssef para entregar ao Paulo Roberto Costa na época em que o executivo era diretor da estatal.

As investigações apontam que Genu era um dos beneficiários e articuladores do esquema de desvio de recursos da estatal petrolífera, recebendo um porcentual fixo da propina destinada ao PP.

De acordo com os procuradores, o ex-assessor permaneceu 'associado de forma estável e permanente à organização criminosa que vitimou a Petrobrás pelo menos até a deflagração da Lava Jato em 17 de março de 2014'.

COM A PALAVRA, O PP

Publicidade

NOTA - PARTIDO PROGRESSISTA

O Partido Progressista reitera que não compactua com atos ilícitos e acredita no trabalho da Justiça para esclarecer os fatos.

Assessoria

Comentários

Os comentários são exclusivos para assinantes do Estadão.