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Irmãos Efromovich pedem revogação de prisão preventiva na Lava Jato por suspeitas de R$40 milhões em propinas a Sérgio Machado

Defesa argumenta que empresários sócios da Avianca, que cumprem pena em regime domiciliar em razão da pandemia do novo coronavírus, não tiveram chance de apresentar suas versões sobre denúncia de irregularidades envolvendo ex-presidente da Transpetro e que restrição a movimentação prejudica negócios 'sob pena de grandes perdas financeiras'; companhia aérea não é investigada

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Por Rayssa Motta
Atualização:

A defesa dos irmãos e sócios da Avianca Germán e José Efromovich entrou com pedido para revogar a prisão preventiva dos empresários determinada na Operação Navegar é Preciso, fase 72 da Lava Jato, há pouco mais de uma semana.

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Documento

O PEDIDO DE JOSÉ

Os documentos foram enviados na última quinta-feira, 27, à juíza Gabriela Hardt, da 13ª Vara Criminal Federal de Curitiba, a mesma que atendeu pedido da força-tarefa e determinou a detenção e o bloqueio de bens dos irmãos. A magistrada converteu a medida em domiciliar por causa da pandemia do novo coronavírus.

Os advogados Luiza Nagib Eluf, Pedro Nagib Eluf e Jorge Eluf Neto argumentam que Germán e José não tiveram chance de defesa ou de explicar suas versões sobre as acusações imputadas pelos procuradores e que a denúncia envolve supostos crimes, negados pelos empresários desde que receberam a ordem de prisão, cometidos há mais de dez anos.

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Os irmãos German e José Efromovich. Foto: Carlos Vera / Reuters e e Hélvio Romero / Estadão

Na visão da defesa, a prisão preventiva é 'medida excepcional' e não há motivos para sua manutenção uma vez que os dois não oferecem risco de fuga. Os pedidos sustentam ainda que os empresários precisam se locomover para administrar os negócios 'sob pena de grandes perdas financeiras'.

Os irmãos Eforomovich começaram a cumprir prisão preventiva em regime domiciliar em 19 de agosto, quando foram alvo da operação que investiga suposto pagamento de propinas ao ex-presidente da Transpetro, Sérgio Machado, em troca do favorecimento de um estaleiro em contratos com a subsidiária da Petrobrás. O prejuízo causado pelo esquema aos cofres públicos é estimado pela Lava Jato em mais de R$600 milhões.

Segundo a força-tarefa, os valores foram depositados entre os anos 2009 e 2013 em contas bancárias na Suíça controladas por Expedito Machado, filho do ex-executivo da estatal, e operacionalizados através de contratos falsos de empréstimos e investimentos para ocultar a natureza do dinheiro. O caso foi relevado em delação pelos Machado.

Uma primeira parcela de R$28 milhões estaria relacionada ao direcionamento de um acordo para a construção de quatro navios petroleiros do tipo Panamax e uma segunda de R$12 milhões seria referente à compra de oito embarcações de transporte de petróleo e derivados.

Para os agentes, uma série de medidas de engenharia societária, confusão entre personalidades jurídicas e físicas dos investigados e das suas empresas, bem como de confusão gerencial dos empresários na administração do estaleiro são indícios de lavagem de dinheiro, ocultação e blindagem do patrimônio.

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