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Investimento em ações: como sofrer menos com a crise?

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Por Gustavo Aranha
Atualização:
Gustavo Aranha. FOTO: DIVULGAÇÃO Foto: Estadão

As últimas semanas têm sido muito desafiadoras para os investidores do mercado brasileiro que viram os ativos domésticos perderem valor (moeda e ações) e suas carteiras de investimento, em geral, ficarem mais voláteis.

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Desde que a taxa Selic atingiu patamares bastante baixos (hoje está em 6,5%), os investidores vêm sendo obrigados a escolher ativos com mais volatilidade. Momentos como esses podem trazer sentimentos de muita preocupação e medo.

A volatilidade das carteiras é uma medida (não a única) do risco que o investidor corre, pois mede a intensidade e a frequência das oscilações. Assim, quanto maior a volatilidade, maior a sensação de risco, uma vez que o valor dos investimentos varia mais.

Essa decisão de "tomar mais risco" deve ser muito bem pensada, planejada e executada para que o investidor possa ser recompensado por essa decisão, ou seja, obter um retorno maior no médio e longo prazo.

O objetivo desse artigo é, justamente, discutir um conceito muito importante nesse processo e que pode, em semanas como as últimas, fazer uma diferença relevante para o investidor. Diferentemente do retorno da carteira, que é a média dos retornos dos ativos que a compõem, a volatilidade da carteira leva em consideração a volatilidade individual dos ativos e sua correlação, ou seja, a interdependência dos retornos desses ativos.

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Assim, quando um investidor decide aumentar o risco de sua carteira, não basta adicionar ativos que podem render mais (maior retorno potencial), ele deve buscar diversificação (correlações baixas ou negativas).

Muitos fundos de ação, por exemplo, apresentam alto retorno potencial, pois investem em ativos que podem oferecer altos retornos no longo prazo. Eles trazem também para a carteira uma volatilidade maior e, em momentos de crise, podem sofrer bastante. Então, como melhorar a qualidade do retorno potencial da carteira adicionando fundos de ações e não sofrer tanto em crises como a que temos visto no mercado?

A resposta está na baixa correlação. Você deve procurar adicionar fundos que tenham o mesmo retorno potencial (invistam em empresas), mas que tenham uma correlação baixa entre eles. Assim, a relação risco vs. retorno será mais saudável.

O Brasil representa apenas 3% do PIB mundial. Isso significa que quando investimos num fundo de ações de empresas brasileiras estamos colocando todo nosso risco nessa pequena parcela do mundo. Ao pensar em um portfólio de forma geral, faz sentido não estar exposto aos riscos de um país somente.

O fundo GEO Global Equities, por exemplo, traz isso para os investidores, pois também investe em ações, mas ações fora do Brasil, ou seja, com retornos descorrelacionados.

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Indo para um caso real, imagine que o investidor, em busca de um maior retorno, investiu, no dia 3 de julho de 2017 (1º dia útil do mês), parte de sua carteira em um fundo de bolsa que rende exatamente o que rende o Ibovespa. Um ano depois, em 29 de junho de 2018, esse investimento teria rendido 15,68% no período com uma volatilidade de 18,45%. No mês de maio, o investimento teria desvalorizado 10,87% e em junho, 5,20%.

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Agora imagine que esse mesmo investidor tivesse investido 50% desta mesma quantia no fundo de ações que rende igual ao Ibovespa e 50% no fundo GEO Global Equities. Ao final do mesmo período, esse novo portfólio teria rendido 22,41% com volatilidade de 11,64%. No mês de maio, o investimento teria tido um resultado de -2,31% ao invés de quase -10,87%, e 0,51% ao invés de -5,20% em junho!

É isso mesmo! Ao adicionar um fundo composto por ativos de outros países, que estão precificados em outras moedas e, portanto, expostos a riscos diferentes, a relação risco-retorno da carteira melhora muito. Ou seja, seu portfólio pode render mais com um risco menor.

A conclusão, portanto, é que existem diversas maneiras de buscar retornos maiores, de tal forma que diminua seu risco, mesmo dentro de uma carteira de fundos de ações. O investidor brasileiro ainda tem uma certa aversão a investimentos em ações fora do Brasil, mas quando isso é colocado numa perspectiva de diversificação, ficam muito claros os benefícios desta prática.

*Gustavo Aranha é sócio responsável pela área Comercial da GEO Capital, gestora brasileira com foco em investir, exclusivamente, em ações globais fora do País. Antes de encarar o desafio, foi sócio e líder da área de produtos e serviços de Private Banking do Credit Suisse Hedging-Griffo. Aranha é Bacharel em Administração de Empresas pela Fundação Getúlio Vargas e especialista em Business Economics pela mesma faculdade

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