Breno Pires/BRASÍLIA e Paulo Roberto Netto/SÃO PAULO
01 de agosto de 2020 | 05h00
Investigadores suspeitam que o blogueiro bolsonarista Allan dos Santos deixou o Brasil em voo comercial com destino à Cidade do México. Segundo o Estadão apurou, a suspeita é de que ele tenha embarcado em avião da Aeromexico que decolou do Aeroporto Internacional de Guarulhos (SP) na manhã de segunda, 27.
Allan dos Santos é investigado em dois inquéritos perante o Supremo Tribunal Federal: o que apura ameaças, ofensas e ‘fake news’ contra a Corte e o que investiga o financiamento de atos antidemocráticos em Brasília. O blogueiro foi alvo de operações da Polícia Federal e, recentemente, teve seus perfis em redes sociais suspensos por ordem do ministro Alexandre de Moraes.
Alvo de inquéritos no STF, blogueiro bolsonarista Allan dos Santos diz ter deixado o Brasil
Em live divulgada nesta sexta, 31, o blogueiro alegou que deixou o País para ‘manter a família em segurança’ por ter descoberto ‘plano de espionagem’ contra o presidente Jair Bolsonaro (sem partido). Sem provas, Allan dos Santos acusou embaixadas asiáticas, Moraes e o ministro Luís Roberto Barroso e até o advogado criminalista Antônio Carlos de Almeida Castro, o Kakay, de instalaram escutas ilegais.
Ainda não se sabe se o México seria o destino final do blogueiro ou um destino intermediário para uma viagem a outro país.
O blogueiro bolsonarista Allan dos Santos, à esquerda, durante buscas da Polícia Federal. Foto: Gabriela Biló / Estadão
Bloqueio. Allan dos Santos é um dos bolsonaristas que tiveram as contas sociais bloqueadas por ordem do ministro Alexandre de Moraes. A determinação foi proferida em maio, mas só fui concluída na última sexta, 24, e, segundo Moraes, de forma parcial.
Nesta sexta, 31, o ministro do Supremo intimou o presidente do Facebook Brasil a garantir o bloqueio total do perfil de Allan dos Santos e outros onze blogueiros e empresários bolsonaristas – segundo Moraes, brechas nas redes sociais permitiam que os conteúdos difundidos pelos perfis continuassem a circular apesar da suspensão.
A decisão foi tomada no inquérito que apura fake news contra a Corte. A medida foi justificada pela necessidade de ‘interromper discursos criminosos de ódio’ e solicitada ainda em maio, quando apoiadores do governo foram alvo de buscas em operação da Polícia Federal.
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