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Integrar para combater o crime e o cybercrime

Por Ana Paula Queiroga
Atualização:
Ana Paula Queiroga. FOTO: DIVULGAÇÃO Foto: Estadão

O mundo está mergulhado na mais intensa revolução tecnológica de todos os tempos. A internet das coisas e a inteligência artificial já deixaram as páginas de ficção e passaram a fazer parte do nosso horizonte mais próximo. Vivemos uma era disruptiva.

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Mas o século 21, com suas inovações, desenha um mundo de novos riscos. De acordo com análise do professor Tácito Augusto Silva Leite, "o impacto financeiro das violações da cyber segurança está aumentando e alguns dos maiores custos dos últimos anos relacionam-se a ataques com solicitação de resgate, como o caso do WannaCry, que afetou 300 mil computadores em 150 países, e o caso NotPetya, que causou perdas de US$ 300 milhões para várias empresas atingidas".

Publicado como anexo do cenário conjuntural do VI ESSEG, o relatório que faz um diagnóstico da segurança privada no Brasil, que será divulgado, terça (25) na Expo Center Norte, às 14 e 30, o brilhante artigo de Silva Leite ressalta que mais de 90% de todo dinheiro do mundo - algo superior a US$ 50 trilhões - trafegam através das redes lógicas como a internet".

Esse é o tamanho do desafio para a segurança. E a chave para enfrentá-lo passa pela necessidade de se elaborar uma estratégia que reúna e una todas as forças de segurança pública e privada em um plano comum.

Integração. Essa é a palavra de ordem em diversos setores econômicos. Na segurança privada o conceito é ainda mais amplo. Não fica restrito apenas a interligar setores. Passa por algo que envolve diretamente ser humano e tecnologia.

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Como bem pontuou o presidente da Federação Nacional das Empresas de Transporte de Valores, Jeferson Nazário, a atividade de segurança privada precisa urgentemente de uma regulamentação que possibilite fazer frente aos desafios da modernidade.

Se no início bastava um vigilante com uma arma de fogo, hoje, o planejamento, a estratégia para garantir a tranquilidade do contratante vai além. O uso da tecnologia se tornou indispensável.

Integração também é o que o setor propõe às forças de segurança pública. Nossos homens e equipamentos podem ter papel fundamental no combate à criminalidade e ao cyber crime. Exemplos de sucesso de parceria como essas não faltam.

A Colômbia, que por muitos anos esteve refém de narcotraficantes, se beneficiou dessa estratégia. As empresas de segurança se tornaram parceiras. Os vigilantes passaram a ser os olhos e ouvidos da segurança pública. Uma ação ousada, que obteve resultados espetaculares.

A pergunta é por que não fazer isso no Brasil? São quase 550 mil vigilantes espalhados em todo País. Inúmeros locais públicos e privados sob vigilância. Um incontável número de câmeras de segurança. Toda essa estrutura pode liberar milhares de agentes de forças de segurança pública para atuar onde a população mais necessita, no combate ostensivo da criminalidade.

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Esse cenário poderia ser impulsionado pela aprovação do Estatuto da Segurança Privada. A proposta, que já tramitou em regime de urgência no Plenário do Senado, reúne uma centena de projetos que modernizam a legislação, criam oportunidades de emprego, e abrem caminhos para a integração entre as seguranças pública e privada.

Mas, infelizmente, o relator na Comissão de Transparência do Senado, Randolfe Rodrigues, decidiu segurar a proposta. O atraso pode ser crucial para o futuro do Brasil.

*Ana Paula Queiroga, superintendente da Federação Nacional das Empresas de Segurança e Transporte de Valores (Fenavist)

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