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Inovar é impactar

As grandes ideias não são medidas pela complexidade, mas, sim, por sua capacidade de gerar mudanças

Por Marcus Edrisse
Atualização:

Marcus Edrisse. FOTO: DIVULGAÇÃO Foto: Estadão

A tecnologia está intrinsecamente ligada à inovação. Não por acaso, quando pensamos no assunto, na maioria das vezes imaginamos uma startup do Vale do Silício e no desenvolvimento de complicados algoritmos e cálculos matemáticos.

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De fato, grandes mudanças da sociedade foram protagonizadas por descobertas tecnológicas. O microchip, por exemplo, abriu caminho para um mundo de possibilidades, numa revolução que perdura até hoje.

A questão é que esse nível de inovação está restrito a um grupo muito pequeno de companhias, que tem capacidade para investir alguns milhões de dólares no desenvolvimento de novas ideias que, provavelmente não trarão resultados imediatos. Para a maioria das empresas, deslocar recursos para projetos que vão demorar anos até dar retorno é algo fora da realidade. Mas isso significa que não podemos pensar em inovação?

Definitivamente, não!

Criar ideias que mudam o mundo é algo que está ao alcance de todos. A questão é como pensar a inovação de forma mais holística, compreendendo seus diversos significados e suas inúmeras possibilidades. Ao invés de focar apenas em modernizações tecnológicas, pensar em processos e produtos que mudem a forma como as coisas são feitas e/ou consumidas. A tecnologia é um elo deste processo.

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Inovar, no final do dia, é impactar. Tudo aquilo que gera alguma mudança positiva na vida das pessoas, pode ser considerado inovação. Mesmo as ideias mais singelas. Por exemplo: todo mundo, em algum momento, já usou um post-it, certo? Pois saibam que esse pequeno pedaço de papel com cola nas pontas foi criado por acaso, por dois funcionários da 3M.

Em 1968, o químico Spencer Silver trabalhava em um novo tipo de cola, que deveria ser superaderente. O projeto deu errado e o que se obteve foi uma cola leve, mas que permitia colar e remover folhas de papel sem dificuldade ou danos.

Durante muito tempo, Silver tentou encontrar um uso para a invenção. Seis anos depois, um colega de empresa, Art Fry, num daqueles momentos "eureca", teve a ideia de usar o produto para colar pequenas anotações em suas partituras. A ideia se espalhou e, logo, a empresa inteira usava o adesivo de Silver para fixar anotações. Hoje, a 3M vende, por ano, mais de 50 bilhões de post-its.

A moral da história é que ninguém precisa ser um gênio da matemática para ter uma ideia capaz de mudar o mundo. A inovação se desenvolve por meio da observação e da tentativa e erro. Descobrir realmente as dores das pessoas, que inclusive pode ser a sua. Se ela for legítima, certamente pode ser a de muitas outras pessoas também.

O Uber foi pensado a partir da dificuldade de seus criadores em conseguir um taxi na França! Várias empresas cometem o erro de tentar inovar olhando apenas para fora. Ao mesmo tempo, não permitem que seus colaboradores testem novas ideias. O erro não só faz parte do processo de inovação como ele é fundamental para a descoberta de soluções que realmente funcionam.

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Para quem quer se lançar nesse mundo da inovação e da transformação digital, um bom caminho é começar com sua própria operação. Olhar para os seus processos e identificar pontos que podem ser melhorados para, em seguida, buscar tecnologias que tragam algum impacto no dia a dia dos seus colaboradores.

A repetição sistemática desse processo, provavelmente, irá criar um ambiente propício a novas ideias que, um dia, poderá criar uma solução que vai impactar o mundo. E vamos combinar, se impactar a sua organização, já está de bom tamanho!

*Marcus Edrisse, CEO da empresa de tecnologia Vert. Em 2016, fundou a Maiê Lab School, startup de educação, projeto que teve como objetivo fazer a conexão de jovens profissionais com o mercado de trabalho, oferecendo treinamentos contemporâneos, inovadores e criativos

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