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'Ingressos e saídas' de valores do Instituto Lula e da LILS são alvo da Lava Jato

Ministério Público Federal afirma que empreiteiras fizeram 'pagamentos vultosos' e 'saída de recursos' beneficiaram quadros do PT e familiares do petista

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Foto do author Andreza Matais
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Por Ricardo Brandt , Andreza Matais , Julia Affonso e Mateus Coutinho
Atualização:

Investigadores da Receita Federal na sede do Instituto Lula. Foto: EFE

O Ministério Público Federal afirma que 'ingressos e saídas' de valores do Instituto Lula e da LILS Palestras, ligadas ao ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, são alvos da Operação Aletheia, ápice da Lava Jato.

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Segundo a Procuradoria da República, foram realizados 'pagamentos vultosos' de empreiteiras envolvidas no esquema Petrobrás em favor da entidade e da empresa de palestras. A 'saída de recursos', afirma a força-tarefa da Operação Lava Jato, beneficiou pessoas vinculadas ao PT e parentes próximos ao petista.

Nesta sexta-feira, 4, Lula foi conduzido coercitivamente - quando o investigado é levado para depor.

"Investigam-se pagamentos vultosos feitos por construtoras beneficiadas no esquema Petrobrás em favor do Instituto Lula e da LILS Palestras, em razão de suspeitas levantadas pelos ingressos e saídas dos valores", afirma a Procuradoria.

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Segundo a força-tarefa da Lava Jato, a maior parte do dinheiro que entrou no Instituto Lula e na LILS Palestras, entre 2011 a 2014, saiu de empresas do esquema Petrobrás: Camargo Correa, OAS, Odebrecht, Andrade Gutierrez, Queiroz Galvão e UTC.

Os investigadores informaram que no instituto, as empreiteiras foram responsáveis pelo ingresso de R$ 20,7 milhões de um total de R$ 35 milhões contabilizados. Na LILS, foram R$ 10 milhões.

"Quanto às saídas de recursos, além de beneficiarem pessoas vinculadas ao Partido dos Trabalhadores, cumprindo recordar que o esquema da Petrobrás era partidário, elas beneficiaram parentes próximos do ex-presidente, por meio de pagamentos a empresas de que são sócios", afirmam os procuradores da República da Lava Jato.

"Além de tudo isso, a própria presidência do Instituto foi ocupada, em dado momento, por ex-tesoureiro de sua campanha que é apontado por colaboradores como recebedor de propinas que somaram aproximadamente R$ 3 milhões, decorrentes de contratos com a Petrobrás, o que, mais uma vez, mostra o vínculo de pessoas muito próximas ao ex-presidente com os crimes e indica possível ligação das próprias empresas ao esquema ilícito e partidário que vitimou a Petrobrás",

informa o Ministério Público Federal, no Paraná.

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A pedido da Procuradoria, a 13ª Vara Federal de Curitiba determinou buscas e conduções, que estão sendo executadas pela Polícia Federal, para apurar 'possíveis crimes de corrupção e lavagem de dinheiro do esquema Petrobrás que teriam sido praticados pelo ex-presidente e outros investigados'.

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Também são alvo da apuração da Lava Jato o pecuarista José Carlos Bumlai, amigo de Lula, e as empreiteiras

"Estão sendo cumpridos mandados de busca e apreensão e de condução coercitiva para aprofundar a investigação de possíveis crimes de corrupção e lavagem de dinheiro oriundo de desvios da Petrobrás, praticados por meio de pagamentos dissimulados feitos por José Carlos Bumlai e pelas construtoras OAS e Odebrecht ao ex-presidente da República Luiz Inácio Lula da Silva e pessoas associadas", diz a Procuradoria.

"Há evidências de que o ex-presidente Lula recebeu valores oriundos do esquema Petrobrás por meio da destinação e reforma de um apartamento tríplex e de um sítio em Atibaia, da entrega de móveis de luxo nos dois imóveis e da armazenagem de bens por transportadora. Também são apurados pagamentos ao ex-presidente, feitos por empresas investigadas na Lava Jato, a título de supostas doações e palestras", afirma a Procuradoria.

COM A PALAVRA, A ODEBRECHT

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A Odebrecht confirma operação da Polícia Federal em escritório de São Paulo para o cumprimento de mandados de busca e apreensão. A empresa está à disposição das autoridades para colaborar com a operação em andamento.

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