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'Infame'

Criminalista Eduardo Carnelós, defensor de Michel Temer, reage com veemência à acusação da Procuradoria que resultou em ação penal contra o ex-presidente por lavagem de dinheiro nas obras de reforma da casa de sua filha, Maristela, em São Paulo

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Por Fausto Macedo , Julia Affonso e Luiz Vassallo
Atualização:

Eduardo Carnelós. Foto: Adriano Machado/Reuters

O criminalista Eduardo Pizarro Carnelós reagiu com veemência à acusação da Procuradoria contra Michel Temer por suposta lavagem de dinheiro nas obras de reforma da casa de sua filha, Maristela, em São Paulo, orçada em R$ 1,6 milhão. Nesta quinta, 4, o juiz Diego Paes Moreira, da 6.ª Vara Criminal Federal, acolheu a acusação e mandou Temer para o banco dos réus.

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"A acusação de lavagem de dinheiro por meio da reforma da casa de uma das filhas de Michel Temer, além de não possuir base em provas idôneas, é infame", afirma Carnelós, experiente criminalista que atua como defensor do ex-presidente.

Na avaliação do advogado, 'os fatos relacionados àquela reforma foram indevidamente inseridos no inquérito que apurava irregularidades na edição do chamado Decreto dos Portos, que tramitou perante o Supremo Tribunal Federal, o qual, aliás, transformou-se em verdadeira devassa, sem nenhum respeito à norma do juiz natural'.

Segundo Carnelós, naquela fase, a filha do ex-presidente foi ouvida e prestou todos os esclarecimentos quanto à origem dos recursos utilizados nas obras.

"Agora, sem promover investigação sobre as explicações por ela apresentadas, o Ministério Público Federal em São Paulo formulou a denúncia a galope, logo depois que os mesmos fatos foram usados pelo Ministério Público Federal no Rio para requerer e obter a decretação da prisão de Temer", sustenta o advogado.

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Ele destaca que quando o tema surgiu naquele inquérito 4621 do Supremo, 'dizia-se que os recursos destinados à reforma teriam vindo de corrupção envolvendo empresa que presta serviços ao Porto de Santos'.

"Num momento seguinte, o dinheiro teria vindo da JBS, e, finalmente, eis que a fonte pagadora teria sido empresa de outro delator cujo acordo foi distribuído ao mesmo relator do Inquérito 4621, apesar de ele tratar de assuntos relacionados à Eletronuclear, em nada vinculados ao Porto de Santos", argumenta Eduardo Carnelós.

Ele rechaça a acusação. "O fato é que nenhum dinheiro fruto de corrupção foi empregado na obra da reforma, pela simples razão de que o ex-presidente não recebeu dinheiro dessa espécie."

Segundo Carnelós, 'essa acusação estapafúrdia revela, além do desrespeito de seus autores pelo Direito, o propósito vil de usar a filha de Michel Temer para atingi-lo, o que merece o repúdio de quem, mesmo em relação a adversários políticos, preserva íntegro o senso de decência'.

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