Há anos é possível ver uma grande preocupação com a mão de obra qualificada para todos os setores, principalmente para a indústria e, mais precisamente, a indústria metalmecânica. Várias iniciativas demonstram a necessidade de projetos nessa direção. Para que tenhamos sucesso, é preciso o engajamento das universidades, entidades, dos governos e das pessoas que querem trabalhar em funções mais qualificadas. O setor de máquinas, em específico, é um dos que melhor remunera e, obviamente, é um dos que mais demanda qualificação.
É um dos setores industriais que mais precisa de pessoas na operação. Pouco podemos automatizar em máquinas que são customizadas. Não eliminamos mão de obra, mas sim disponibilizamos facilidade e soluções para que outras pessoas produzam com menor esforço os alimentos, saneantes, cosméticos e bebidas. As pessoas fazem máquinas para facilitar a vida e o trabalho de pessoas.
São desenvolvidas tecnologias que geram riquezas, melhoram a produtividade e a qualidade de vida e dos produtos. As máquinas estão presentes na maioria dos lares no Brasil, seja em um alimento, em um produto de limpeza ou em um cosmético. É um setor que envolve tecnologia, eletrônica, inovação, além de ser um dos mais importantes na distribuição de renda, pois remunera bem e qualifica.
As tecnologias embarcadas nas máquinas evoluem muito a cada ano e permitem que as pessoas sejam mais produtivas e competitivas, ou seja, é um motor da melhoria de produtividade.
É preciso unir forças do setor privado, entidades e governo, estruturar um projeto global de capacitação profissional e executar. O nosso país é um gigante adormecido e temos inúmeros recursos. Há capacidade e potencial para sermos uma verdadeira potência econômica. Mas é preciso uma maior movimentação em relação à qualificação da mão de obra antes de se tornar uma falta insustentável, pois urgente já é.
Os governos dos municípios, dos estados, mas principalmente do país, precisam se mobilizar, pois a qualificação da mão de obra é resultado direto da redução do custo Brasil. Investir exclusivamente na formação, com rigor, alta performance e disciplina revela talentos, desperta o interesse, cria fundações e transmite conhecimento, mas se não houver ambiente para desenvolver todo esse potencial, perderemos essa riqueza.
*Judenor Marchioro é conselheiro da ABIMAQ, vice-presidente regional da associação no Rio Grande do Sul e diretor executivo da empresa ROBOPAC