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'Indignado', Palocci depõe hoje na PF

Preso desde segunda-feira, 26, na Operação Omertà, ex-ministro (Fazenda e Casa Civil/Governos Lula e Dilma) vai responder todas as perguntas que lhe forem feitas, afirma defesa

Foto do author Fausto Macedo
Foto do author Julia Affonso
Por Fausto Macedo e Julia Affonso
Atualização:

Antonio Palocci. Foto: Werther Santana/Estadão

O ex-ministro Antonio Palocci (Fazenda e Casa Civil/Governos Lula e Dilma) vai depor nesta quinta-feira, 29, no inquérito da Operação Omertà, da Polícia Federal.

Palocci vai responder todas as perguntas que lhe forem feitas pelos investigadores, afirmou seu advogado, o criminalista José Roberto Batochio.

Palocci está 'abatido', profundamente indignado', disse o defensor.

Palocci foi preso segunda-feira, 26, por ordem do juiz federal Sérgio Moro, símbolo da Lava Jato.

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Omertà atribui ao ex-ministro recebimento de R$ 128 milhões da Odebrecht, a maior empreiteira do País, sob suspeita de cartel no esquema de corrupção instalado na Petrobrás.

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A maior parte desse montante teria sido destinado ao PT, suspeitam os investigadores.

A prisão de Palocci tem caráter temporário, por cinco dias. O juiz Moro pode prorrogar esse prazo ou converter a reclusão em regime preventivo - sem previsão de término.

O depoimento de Palocci está marcado para as 14 horas.

"Palocci vai responder tudo, vai esclarecer tudo", reafirma Batochio. "Ele está muito indignado com essa falsa acusação."

O experiente criminalista não quis adiantar sua estratégia se, eventualmente, a temporária do ex-ministro virar preventiva. "Astrologia não é comigo, é só com as acusações. Aliás, acusações na base do 'quem sabe', do 'talvez', não são compatíveis com o Estado democrático de direito."

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Batochio afirma que a disposição de Palocci em responder os questionamentos da PF não é apenas uma orientação de defesa.

"Ele quer responder, ele quer falar, desmontar as falsas acusações que lhe imputam."

"É necessário que (Palocci) preste depoimento. Ele está convencido disso para que se desfaça essa mistificação em que se constitui a acusação por presunção, sem nenhum fundamento na realidade."

"Nenhuma pergunta ficará sem resposta, até porque eles (os investigadores) podem adoecer a verdade, mas não conseguirão matá-la", disse o advogado.

Batochio também não quis adiantar se estuda ingressar com pedido de habeas corpus para derrubar o decreto de prisão expedido por Sérgio Moro. "Prefiro não falar disso."

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Nesta quarta-feira, 28, o Banco Central informou a Justiça Federal que localizou e bloqueou R$ 30,8 milhões em contas pessoais de Palocci e na empresa dele, a Projeto Consultoria.

"Para quem acha que isso é muito dinheiro, eu respondo claramente: Olhem aí os clientes da empresa (de Palocci), Banco Safra, Banco Itaú, Amil, JBS. Ou seja, é tudo proporcional. Quem ganha um salário mínimo acha que um juiz ou um promotor ganhar 70 mil reais por mês é um escândalo. Esse é o problema. Cada qual no seu quadrado."

Também aqui, Batochio não quis revelar o que planeja. Ele não quis dizer se vai pedir o desbloqueio dos ativos do ex-ministro e da Projeto.

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