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'Independência dos poderes exige também harmonia', diz Aras sobre acordo com a União para zerar fila do INSS

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Por Rayssa Motta
Atualização:

Após oito meses de conversas, o Ministério Público Federal (MPF) e a União firmaram, na tarde desta segunda-feira, 16, um acordo judicial para acelerar o andamento da fila de pedidos de benefícios previdenciários que aguardam perícias do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS). Atualmente, mais de 1 milhão de requerimentos esperam análise.

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De acordo com o termo, o INSS se compromete a concluir os processos administrativos para concessão de auxílio-doença em até 45 dias; pensão por morte, auxílio-acidente e auxílio-reclusão em até 60 dias; salário maternidade em até 30 dias; e BPC e aposentadoria (que não seja por invalidez) em até 90 dias. Os prazos começam a valer seis meses após a homologação do acordo pelo Supremo Tribunal Federal (STF).

A expectativa é reduzir a judicialização quando há demora na análise dos pedidos. "O instrumento tem como objetivo a solução consensual do litígio e uniformização de prazos relativos a todos os benefícios administrados pelo INSS, garantindo com isso um tratamento isonômico a todos os beneficiários da previdência e da prestação assistencial concedido aos idosos e às pessoas com deficiência", informou o Ministério Público.

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O procurador-geral da República Augusto Aras e o advogado-geral da União José Levi Mello em cerimônia para assinatura de acordo. Foto: Reprodução/YouTube

A medida foi tomada no âmbito de um recurso extraordinário, com repercussão geral reconhecida no Supremo, que exigia o pagamento automático dos benefícios caso as perícias demorassem além dos prazos previstos em lei e até que as consultas fossem realizadas. A tramitação do processo, que foi suspensa a pedido da Procuradoria Geral da República (PGR), chega ao fim com a conciliação.

O acordo foi assinado hoje com presença do presidente do INSS, José Rolim Guimarães, do procurador-geral da República, Augusto Aras, do advogado-geral da União, José Levi Mello, do secretário especial de Previdência e Trabalho, Bruno Bianco, do secretário executivo do Ministério da Cidadania, Antônio Barreto Júnior, do procurador-geral federal, Leonardo Fernandes, e da coordenadora da Câmara de Direitos Sociais e Atos Administrativos em Geral do Ministério Público Federal (1CCR/MPF), subprocuradora-geral Célia Delgado.

"A discussão institucional reconheceu a necessidade de encontrar uma solução intermediária que, de um lado, garantisse uma proteção ao cidadão em ralação ao prazo para decisão sobre os seus requerimentos de benefícios previdenciários e assistenciais, e por outro lado, também reconhecesse o trabalho que precisa ser feito para uma análise adequada", disse Rolim no evento.

Na cerimônia, o advogado geral da União aproveitou para tecer elogios ao procurador-geral da República, Augusto Aras. "Encontramos na gestão de Augusto Aras um protagonista do diálogo aberto, franco, transparente, construtivo, republicano e isso muito nos empolga, muito nos anima", afirmou José Levi Mello.

O chefe do Ministério Público Federal retribuiu o aceno. Aras disse que, junto à AGU, tem tido uma 'grande oportunidade de revelar que a independência dos poderes e dos órgãos autônomos da República exige também harmonia'. O procurador-geral também saiu em defesa do acordo.

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"Não se trata somente de defendermos prazos razoáveis para que milhões de brasileiros tenham suas demandas atendidas, demandas que vão do alimento, do remédio, de gêneros de primeira necessidade e serviços essenciais, mas também indiretamente da própria economia local de cada comunidade que se ressente do cumprimento desses prazos e deixar de fazer circular riqueza", disse.

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