Cassio Grinberg*
10 de outubro de 2020 | 07h00
Cassio Grinberg. FOTO: DIVULGAÇÃO
O que faz uma pessoa, ou uma empresa, crescerem?
Estamos acostumados a associar crescimento com grandes movimentos. Mudanças repentinas que, embora possam fazer sentido e gerar impactos de curto prazo, precisam estar ligadas a melhorias constantes no sentido produtivo.
Carol Dweck, professora de Stanford, define, no livro Mindset, o que chama de mindset de crescimento: estarmos abertos a receber críticas e canalizá-las para a melhora incremental. Em sentido oposto, ela nos traz a noção de uma espécie de mindset fixo: um estado de comportamento rígido que nos limita o crescimento, pois nos faz prosperar apenas quando os movimentos são pouco desafiadores — segundo ela, pessoas com esse mindset tendem a perder o interesse se o desafio for grande demais.
Existe, portanto, uma tendência: a de nos colocarmos em um desses dois extremos. Ou damos um grande salto, ou nos encolhemos de vez. Trata-se de um comportamento destrutivo, pois nos esconde uma oportunidade única: a de valorizarmos não apenas o resultado. Mas o esforço que despendemos para chegarmos a ele.
Temos, por outro lado, a figura dos improvers: pessoas ou empresas tão dedicadas a buscar a melhoria constante que, quando percebem, subiram (um a um) degraus de uma escada aparentemente impossível. Pessoas que gostam de suas atividades e gostam ainda mais delas quando elas vão se tornando mais difíceis. Pessoas apaixonadas pelo problema: Nolan Bushnell, criador do Atari, costuma dizer que não se sente facilmente deprimido, mas sim facilmente desafiado. Michael Jordan não se enxergava como um jogador de basquete genial (embora fosse), e sim como alguém que não parava de se esforçar e crescer.
O que fará uma pessoa ou mesmo uma empresa crescerem será, em grande medida, justamente isso: o hábito.
*Cassio Grinberg, sócio da Grinberg Consulting e autor do livro Desaprenda – como se abrir para o novo pode nos levar mais longe
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