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'Homem de confiança do PMDB' buscou propinas para Geddel com operador de Cunha, diz Procuradoria

Investigação mostra elo e encontros em hotel em São Paulo de Gustavo Ferraz, diretor da Defesa Civil de Salvador e ligado ao partido, com operador do ex-presidente da Câmara

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Por Luiz Vassallo , Julia Affonso e Beatriz Bulla
Atualização:

Geddel Vieira Lima (PMDB-BA) e Eduardo Cunha (PMDB-RJ). Fotos: Ueslei Marcelino / Reuters e Fábio Motta / Estadão Foto: Estadão

Ao pedir a prisão do diretor da Defesa Civil de Salvador, Gustavo Pedreira Couto Ferraz, a Procuradoria da República no Distrito Federal afirmou que o agente público seria o interposto de Geddel Vieira Lima que foi buscar propinas em um hotel em São Paulo junto ao operador de Eduardo Cunha, Altair Alves Pinto.

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ELOS

Procuradores veem Ferraz como homem de confiança do PMDB da Bahia e ligado politicamente ao ex-ministro.

As digitais do diretor da Defesa Civil foram identificadas nos sacos plásticos que envolviam os R$ 51 milhões no apartamento emprestado pelo empresário Silvio Antônio Cabral Silveira. Digitais de Geddel também aparecem nas notas de dinheiro da maior apreensão da história da Polícia Federal brasileira. Até mesmo a fatura da empregada do deputado Lucio Vieira Lima (PMDB-BA), irmão de Geddel, foi achada no apartamento, que fica a apenas 1,2 km da casa do ex-ministro e de sua mãe.

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Segundo o Ministério Público Federal, 'Gustavo Ferraz foi identificado pela polícia como sendo pessoa que vem ocupando cargos de confiança vinculados aparentemente ao PMDB/BA e, ainda conforme consta na representação policial, é ligado politicamente a Geddel'.

A Polícia Federal anexou nos autos inclusive uma foto em que os dois aparecem, lado a lado, com a legenda: "FESTA DE YEMANJÁ COM O PRÓXIMO GOVERNADOR DA BAHIA".

Ferraz, segundo os procuradores, 'aparece como sendo pessoa que representa e representava (em diversas ocasiões) Geddel junto a Eduardo Cunha e a Altair (operador de Cunha)'.

Mensagens apreendidas no âmbito da Cui Bono?, que investiga desvios de Geddel à época em que era vice-presidente de Pessoa Jurídica da Caixa Econômica Federal, entre 2011 e 2013, no governo Dilma Rousseff, entre o ex-ministro e o ex-deputado Eduardo Cunha (PMDB-RJ), apontam para um encontro marcado no Hotel Clarion Faria Lima, em São Paulo.

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"Na ocasião desse encontro (e, ao que tudo indica, em outros), firmam o compromisso de enviar pessoas para representá-los. A pessoa indicada por Eduardo Cunha seria Altair, enquanto Geddel indicaria Gustavo. Ao constatar o registro no Hotel Clarion, percebe-se que Altair Alves Pinto ficou lá hospedado, no quarto 1302, entre os dias 5 e 6 de setembro de 2012. Isso sugere que o encontro entre Altair e Gustavo pode ter realmente ocorrido e pode ter havido a retirada de dinheiro em espécie por este, a mando de Geddel Vieira Lima. Assim sendo, percebe-se a real possibilidade de Gustavo ter participado e continuar a participar das atividades ilícitas atreladas a Geddel Vieira Lima", diz a Procuradoria.

No âmbito da Cui Bono?, Geddel e Eduardo Cunha são investigados por supostamente tomar propinas de empresas para a liberação de empréstimos bilionários da Caixa Econômica Federal.

Em delação, o doleiro Lúcio Funaro alega ter repassado R$ 20 milhões em dinheiro vivo ao peemedebista. A versão dele é corroborada pelo empresário Joesley Batista, da JBS.

COM A PALAVRA, GEDDEL

A defesa do peemedebista afirma que vai se manifestar quando tiver acesso aos autos.

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