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Homem condenado por atear fogo na mulher e provocar incêndio que matou duas crianças no Sul

Juiz Paulo Augusto Oliveira Irion, da 3.ª Vara do Júri do Foro Central de Porto Alegre, determinou que João Guatimozin Moojen Neto cumpra 28 anos e quatro meses de prisão em regime fechado

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Por Pepita Ortega
Atualização:

O julgamento de João Guatimozin Moojen Neto durou dois dias. Foto: Divulgação / TJRS

O Júri de Porto Alegre condenou João Moojen Neto pela tentativa de homicídio da mulher, Bárbara Penna, e pelo homicídio qualificado dos dois filhos dela, de três meses e dois anos. O juiz Paulo Augusto Oliveira Irion, da 3.ª Vara do Júri do Foro Central de Porto Alegre, determinou que o homem cumpra 28 anos e quatro meses de prisão em regime inicial fechado. A sentença saiu na quarta-feira, 4.

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João respondia por um homicídio qualificado tentado - emprego de fogo e recurso que dificultou a defesa da vítima - e por três homicídios qualificados consumados, com as mesmas qualificadoras. A acusação trazia ainda agravantes: o crime praticado contra a mulher, contra menores de 14 anos e maior de 60 anos.

Segundo a denúncia do Ministério Público, o homem ateou fogo ao apartamento e à mulher, e depois a jogou pela janela do apartamento do prédio em Porto Alegre.

O ataque ocorreu, segundo a acusação, pela 'inconformidade de João com o fim do relacionamento' e 'um sentimento de posse sobre Bárbara'.

Após o início do incêndio, a fumaça se espalhou pelo apartamento e a inalação causou a morte dos dois filhos de Bárbara. Na sentença, os jurados declararam a semi-imputabilidade do homem em relação ao homicídio das crianças.

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Moojen Neto também foi acusado pela morte de um idoso, seu vizinho, que teria voltado ao prédio para socorrer as crianças, mas acabou desmaiando nas escadas do edifício, a caminho do apartamento.

O Júri, formado por quatro mulheres e três homens, inocentou o réu desta acusação.

No julgamento, Bárbara contou que a discussão entre os dois no dia do crime começou na sala e que, após o início das agressões, foi até a janela para pedir socorro. Segundo ela, foi naquele momento que Moojen Neto a jogou do edifício.

Ela disse que ficou quase 4 meses internada no hospital e fez mais de 200 cirurgias. "Nenhuma cirurgia trás meus filhos de volta", disse. Hoje ela faz tratamento psicológico para tratar síndrome do pânico e depressão.

Bárbara relatou ainda que sofria pressão de João e se sentia sempre do ex-companheiro. "Ele tinha tatuado o meu nome e da minha filha, já eu, ele me obrigou a fazer uma tatuagem com o nome dele. Dizia que se ele tinha feito, eu tinha que fazer também".

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Durante o julgamento, João Moojen pediu perdão à Bárbara e aos familiares. Interrogado, ele admitiu ter iniciado o fogo, mas disse que não jogou Bárbara da janela e que não sabia que as crianças estavam no apartamento.

Defesa

A advogada de João Guatimozin Moojen Neto apresentou ao Júri um laudo indicando que ele teria usado cocaína e crack no dia do crime. A defensora indicou que João usava drogas ilícitas e álcool desde a adolescência e mostrou um laudo que registrava duas internações psiquiátricas do homem em clínicas.

A defesa alegou ainda que como Bárbara Penna de Moraes Souza quebrou os tornozelos, ela teria pulado e não teria sido jogada por João do apartamento.

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