PUBLICIDADE

Foto do(a) blog

Notícias e artigos do mundo do Direito: a rotina da Polícia, Ministério Público e Tribunais

Home office consolidado, expectativa pelo modelo híbrido e três desafios que devem nortear o mercado de trabalho pós-pandemia

Quando se fala em home office, logo surge a situação generalizada causada pela pandemia da Covid-19. Afinal, já são mais de 18 meses de adaptação ao trabalho remoto e, agora, preparação para o que vem pela frente. O avanço da vacinação no País fez com que diversos nichos profissionais começassem a ensaiar a volta daquele antigo trabalho presencial. Mas uma pergunta fica no ar: será que realmente essas empresas estão preparadas para voltar ou somente estão amarradas à velha cultura de que o profissional só trabalha se o patrão estiver vendo?

Por João Aguiar
Atualização:

João Aguiar. Foto: Divulgação.

Para entender um pouco do que está acontecendo, é preciso analisar o que empresas e funcionários estão considerando neste momento. Um estudo feito pela Robert Half constatou que 76,5% dos profissionais passaram a considerar o home office um novo modo de trabalho. De acordo com o estudo, 64% gostariam de trabalhar mais dias da semana em casa que no escritório. Neste sentido, somente 17% optariam por mais tempo trabalhando presencialmente.

PUBLICIDADE

O que se sabe é que, durante a pandemia, o mercado mudou, as necessidades mudaram e, mais ainda, os profissionais mudaram. Eles passaram a compreender melhor as ferramentas de comunicação. Aliás, muitas delas já existiam, apenas ganharam um novo valor conforme foram aparecendo os apuros do home office. A primeira etapa, que era a falta de equipamentos adequados para o trabalho remoto, foi superada por muitas empresas. Mas agora os desafios são outros:

1) Saber o que funcionará melhor para empresas e funcionários: muitas companhias foram obrigadas a reduzir o seu espaço físico e repensar suas necessidades. Grande parte delas se mudou para locais menores ou até mesmo optou por coworkings pontuais para manterem de alguma forma seu espaço físico. Com isso, muitos trabalhadores serão adaptados dentro dessa realidade, seja com trabalho híbrido, alguns dias presenciais e outros produzindo de casa. E com certeza o departamento de RH será essencial na identificação das necessidades de cada funcionário e na hora de enxergar o que é melhor para cada perfil, a fim de otimizar sua produção e satisfação profissional. É preciso ter uma visão compreensiva das transformações que esse período traz e aplicá-las da melhor maneira possível.

2) Entender que nem tudo precisará ser remoto ou presencial: o mercado se mostrou versátil e disposto a crescer com as adversidades apresentadas. Diversos setores sofreram no começo da pandemia com o distanciamento social e com a adoção do home office. O segmento da educação foi um que teve que encontrar uma saída para continuar a funcionar, por exemplo. Os profissionais envolvidos tiveram que aprender a lidar com as novas situações e desenvolverem uma nova dinâmica para fazer da sala de casa uma nova sala de aula. Já os alunos que não tinham estrutura e não sabiam lidar com o EAD tiveram que encontrar novas rotinas e métodos de estudos. Cada lado foi se moldando conforme identificava os problemas nessas novas estruturas. Sempre existiu esse tipo de tecnologia para todos os mercados, mas foi a pandemia que forçou esse enquadramento. Ainda assim, existem áreas que acreditam que vão voltar para o mesmo patamar de antes do isolamento social. Os profissionais que olharem o mercado com a mesma mentalidade de antigamente correm um sério risco de ficarem estagnados e atrasados em relação aos demais.

3) Entender como a tecnologia pode ajudar neste novo contexto: o trabalho remoto pós-pandemia não será nada parecido com o que algumas empresas praticavam anteriormente. É necessário pensar fora da caixa e identificar situações e oportunidades para conseguir melhorar a produtividade onde quer que os profissionais estejam. Um exemplo bem claro são os Contact Centers espalhados pelo mundo. Eles precisaram aprender a lidar rápido com a situação dos profissionais que trabalham em suas casas e não mais nas ilhas de telemarketing. As pessoas foram para o home office e não tinham estrutura nenhuma. Vários fatores externos atrapalhavam o desenvolvimento e resultado do trabalho. Por outro lado, os clientes, principalmente aqueles de serviços premium, querem ter a experiência mais pessoal possível. As empresas tiveram que ver e analisar essa situação, fazendo investimentos em produtos de qualidade que garantissem essas experiências para os usuários dos serviços atendidos. Com todo esse desenvolvimento, será que as empresas vão querer investir fortunas em grandes construções e estruturas ou vão preferir preparar seus funcionários com equipamentos adequados e treinamento para continuarem trabalhando e trazendo resultados onde quer que estejam?

Publicidade

É necessário compreender que os últimos meses mudaram a história para sempre. E mais do que nunca, o mercado se adaptou a novas situações para conseguir seguir da melhor maneira possível. Quando for encontrado o equilíbrio entre o trabalho remoto e uma volta definitiva aos escritórios, será preciso adaptar as experiências e buscar novas soluções e tecnologias que garantirão o famoso olho no olho, seja de forma presencial ou virtual.

*João Aguiar, gerente de Engenharia de Sistemas da Poly Brasil

Tudo Sobre
Comentários

Os comentários são exclusivos para assinantes do Estadão.