O ministro Herman Benjamin, relator da ação que pede a cassação da chapa Dilma-Temer no Tribunal Superior Eleitoral, negou nesta terça-feira, 14, o pedido da defesa da petista para retirar as tarjas pretas das transcrições do depoimento do ex-presidente da Odebrecht Construtora Benedicto Junior que citam o presidente nacional do PSDB Aécio Neves.
Documento
OBSERVAR OS LIMITES
O ministro ainda negou os pedidos da defesa de Dilma para ouvir os ex-executivos e delatores da Odebrecht Andre Vital, Sérgio Neves e o empresário Oswaldo Borges, apontado como tesoureiro informal do tucano e citado nas delações da Odebrecht.
"Reiteram-se, aqui, as razões de decidir já apresentadas em decisão anterior e, também, expostas linhas acima: é necessário observar os limites do pedido formulado na demanda, que se restringe à regularidade da campanha da chapa Dilma-Temer nas eleições de 2014. Fatos e circunstâncias que não observem tal delimitação devem ser investigados na via própria", assinalou o ministro do TSE.
Aécio foi citado nos depoimentos de Marcelo Odebrecht e Benedicto Junior perante o TSE e, devido à repercussão, os advogados do PSDB pediram ao ministro Benjamin que retirasse as citações ao tucano e ao partido, alegando que as menções são 'impertinentes ao objeto da ação penal' e devem ser 'expungidas'.
A ação foi proposta pelo PSDB no final de 2014 e acusa a campanha da chapa Dilma-Temer, que venceu as eleições naquele ano, de abuso de poder político e econômico. O relator no TSE acatou os argumentos dos advogados do partido e determinou que a transcrição do depoimento de Benedicto Junior, que cita pagamentos via caixa 2 para aliados de Aécio após ele pedir doações à empreiteira, tenham uma tarja preta nos trechos que fazem referência ao tucano.