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Hackers atacam TRF-1, capturam dados e comemoram com imagem de 'diabo'

Um ataque hacker atingiu, nesta sexta-feira, 27, os sistemas do Tribunal Regional da Primeira Região (TRF-1). Os invasores dizem ter obtido acesso a arquivos em mais de 40 bases de dados do tribunal.

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Por Patrik Camporez e Vinícius Valfré/BRASÍLIA
Atualização:

O ataque foi comemorado nas redes pelo grupo, que afirma ter capturado os dados e que, dessa forma, conseguiu mostrar a "vulnerabilidade" do sistema do TRF-1. O tribunal, que abrange casos de 13 Estados e do Distrito Federal, é o que abriga mais processos no País.

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Em um site usado por hackers para expor vazamentos, foram publicados nomes de arquivos que estariam em quatro das 47 bases de dados do TRF-1 acessadas pelos invasores.

Os arquivos, no entanto, não foram publicados no vazamento. Ao Estadão, a assessoria do TRF-1 confirma o ataque e diz que o banco de dados do tribunal "está em manutenção para analisar uma possível falha na segurança". "A equipe do tribunal está avaliando agora, mas a princípio houve somente uma divulgação de material que já era de domínio público."

Após o ataque, o site do tribunal foi retirado do ar para adoção de medidas preventivas. Segundo informou o órgão, a Secretaria de Tecnologia da Informação colocou todos os serviços em "modo restrito" para investigação e providências. "Não se identificou nenhum ativo de Tecnologia da informação comprometido", diz o TRF-1.

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Hackers TRF-1  

Ataques

Este é o quarto ataque contra órgãos federais em menos de 30 dias, com investidas que vêm prejudicando serviços e minando a credibilidade de órgãos públicos.

No dia 3 de novembro, o Superior Tribunal de Justiça (STJ) foi alvo de hackers que bloquearam o acesso a informações restritas e pediram pagamento de resgate para liberá-las.

A invasão, considerada uma das mais graves já registradas contra órgãos públicos, paralisou as atividades no STJ e suspendeu o andamento de processos.

Em seguida, no dia 5, o Ministério da Saúde foi alvo. Sites da pasta foram desfigurados e o ataque foi apontado como motivo para que dados sobre novos casos de covid-19 deixassem de ser computados no País.

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No dia 15, quando ocorreu o primeiro turno das eleições municipais, os hackers realizaram ações contra o Tribunal Superior Eleitoral (TSE). Tanto este ataque quanto o ao Ministério da Saúde foram reivindicados pelo mesmo grupo. O CyberTeam - liderado pelo hacker conhecido como Zambrius, de Portugal - diz ter atacado ao menos outras 61 páginas com o domínio ".br". De 2017 para cá, foram 140.

Nenhum grupo ainda assumiu publicamente a invasão ao STJ. A investida contra o TRF-1 foi revelada por um hacker identificado como M1keSecurity.

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