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Gleisi vê 'motim judicial' após TRF-4 manter condenação e elevar para 17 anos pena de Lula no caso do sítio

Presidente nacional do PT postou ' banana para a Constituição' em uma rede social

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Por Ricardo Galhardo
Atualização:

A presidente nacional do PT, Gleisi Hoffmann, usou o termo 'motim judicial' para se referir à decisão do Tribunal Regional Federal da 4.ª Região (TRF-4) de aumentar a pena imposta ao ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva no caso do sítio de Atibaia - de 12 anos e onze meses para 17 anos e um mês de reclusão.

"É motim judicial? (...) Data maxima venia, banana para a CF (Constituição Federal)", escreveu Gleisi em uma rede social.

A presidente do Partido dos Trabalhadores, Gleisi Hoffmann, e o ex-presidente Lula. Foto: Daniel Teixeira / Estadão

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Petistas ligados à área jurídica não se surpreenderam com a decisão do TRF-4. Segundo eles, a 8.ª Turma, responsável pelas duas condenações de Lula em segunda instância na Operação Lava Jato (a primeira no caso do triplex do Guarujá), é área de influência do ministro da Justiça, Sérgio Moro.

"É uma câmara que sempre foi coordenada pelo Moro e não deixou de ser. Com a decisão de hoje, Moro avança uma casa nas suas atrocidades e arbitrariedades", disse o deputado Paulo Teixeira (PT-SP), um dos vice-presidentes do PT.

Para o ex-ministro da Justiça Tarso Genro, as decisões do TRF-4 têm sido "nitidamente politizadas e com interpretações 'schmittianas' (referência ao filósofo e jurista alemão Carl Schmitt), utilizando uma dialética 'amigo x inimigo' nos seus julgamentos".

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"Isso ficou claro nas palavras do desembargador Gebran, quando formulou a tese de que o presidente Lula, por ter apoio popular significativo, merecia um olhar especial da Justiça. O doutor Gebran não é um incauto e com esta posição ele passou uma mensagem política bem clara para o campo político ao qual ele cede a sua preferência. É um argumento de 'exceção'", afirmou Tarso

Desde a véspera do julgamento petistas já apontavam condições diferentes neste julgamento como, por exemplo, a proibição de advogados como o ex-ministro da Justiça Tarso Genro (que não atua no caso) de acompanhar a sessão. "TRF-4 limita presença no julgamento de Lula (...) Por que o temor?", questionou Gleisi.

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