Redação
22 de janeiro de 2015 | 11h38
Por Julia Affonso
Uma girafa de 6 metros de altura e 800 quilos virou alvo de disputa judicial entre os Zoológicos de Brasília e do Rio. Na quarta-feira, 14, a Justiça do Distrito Federal mandou a Prefeitura fluminense devolver ‘Zagalo’, hoje com 14 anos, para o parque brasiliense.
O animal foi emprestado há 8 anos para ajudar na reprodução. O parque carioca possuía apenas uma fêmea, que morreu no fim de 2013. O casal de bichos não teve cria, e ‘Zagalo’ é, atualmente, a única girafa do RioZoo.
Na ação, o Zoológico de Brasília afirma que, em setembro de 2012, solicitou, de forma amigável, a devolução do animal, por rescisão contratual, mas não teve uma resposta oficial. O parque diz ainda que precisa da girafa para fazer uma permuta por outro animal com Zoológico Safári Portobello Resort & Safári.
“Mas que, para levar a efeito tamanha pretensão, é preciso que a parte Ré devolva o animal outrora emprestado, qual seja, a girafa – Giraffa camelopardis.”
A ação foi ajuizada pelo Zoológico de Brasília. O juiz da 1ª Vara da Fazenda Publica do Distrito Federal entendeu que o parque brasiliense comprovou a propriedade do animal e demonstrou ter proposta de permuta com o Zoológico Safári Portobello Resort & Safári, que levaria a girafa e, em troca, mandaria à capital brasileira um exemplar de dromedário. O magistrado determinou a rescisão do empréstimo e consequente reintegração de posse do animal.
“Assim, em análise sumária, a parte autora demonstra a propriedade do animal (que nasceu, inclusive, nas dependências do zoológico de Brasília, em 13/06/2001), assim como o instrumento de empréstimo por tempo indeterminado com a ZooRio, dando verossimilhança às suas alegações (…). Destaque-se, ainda, que a demora pode implicar desistência do Zoológico Safári Portobello Resort & Safári em permutar o animal, causando prejuízo ao erário distrital, assim como ao meio ambiente cultural de Brasília (que deixará de ter no acervo da FJZB um dromedário a ser permutado)”, diz a sentença.
A decisão não é definitiva e cabe recurso. Leia a entrevista com o diretor do zoológico do Rio.