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Gilmar dá mais 60 dias para PF investigar Aécio em Furnas

Ministro do STF atende pedido do procurador-geral da República, Rodrigo Janot, em inquérito que investiga tucano por suposta corrupção passiva e lavagem de dinheiro

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Por Julia Affonso
Atualização:

Aécio Neves. Foto: Dida Sampaio/Estadão

O ministro Gilmar Mendes, do Supremo Tribunal Federal (STF), a pedido do procurador-geral da República, Rodrigo Janot, concedeu mais 60 dias para a Polícia Federal investigar o senador Aécio Neves (PSDB-MG) no caso Furnas. O tucano é investigado por suposta corrupção passiva e lavagem de dinheiro.

"Defiro a prorrogação do prazo para a conclusão das investigações por sessenta dias", ordenou Gilmar em 23 de junho. A decisão foi tornada pública na quinta-feira, 6.

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Este é um dos oito inquéritos junto ao Supremo Tribunal Federal envolvendo interferência em investigações, lavagem de dinheiro, caixa dois e o suposto recebimento de propinas que Aécio é investigado. O tucano ainda tem contra si uma denúncia por corrupção passiva e obstrução de Justiça no caso JBS.

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Janot denuncia Aécio por corrupção e obstrução de Justiça

Ao pedir a prorrogação do inquérito, Janot afirmou que a PF havia solicitado o aumento do prazo para terminar a investigação 'tendo em vista que algumas das diligências necessárias à elucidação dos fatos investigados não puderam ser realizadas no prazo anteriormente definido'.

"Há, de fato, medidas investigativas ainda pendentes que são necessárias ao esclarecimento adequado dos fatos ora investigados. Diante disso, o Procurador-Geral da República requer a concessão de mais 60 dias para a conclusão do presente inquérito", afirmou Janot em 20 de junho.

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As primeiras denúncias sobre corrupção em Furnas surgiram na CPI Mista dos Correios, em 2005, por meio do ex-deputado e delator do Mensalão Roberto Jefferson. Janot pretende esclarecer a versão apresentada pelo delator e lobista Fernando Horneaux de Moura, que disse ter sido informado por Dirceu, em 2003, do pedido de Aécio ao ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva para que Toledo fosse mantido no cargo de diretor.

Moura teria participado das discussões com o ex-ministro da Casa Civil e Pereira, ex-secretário-geral do PT, sobre o loteamento de cargos, incluindo as diretorias de estatais, como a Petrobrás. Segundo Moura, Toledo foi comunicado da permanência no cargo, em 2003. Toledo então teria definido a partilha da propina: um terço para o PT nacional, um terço para o PT paulista e um terço para Aécio. O ex-diretor e Aécio rechaçam a versão. Em acareação, Moura manteve seu depoimento, e Toledo o acusa de "mentiroso".

O inquérito contra Aécio foi aberto com base na delação de Delcídio. O senador cassado afirmou que "sem dúvida" o tucano teria recebido propina. O doleiro Alberto Youssef mencionou em sua delação premiada que Aécio dividia a diretoria de Furnas com o PP e teria recebido propina de cerca de R$ 4 milhões. Seu depoimento foi tomado em 2015, mas na época Janot considerou a versão baseada apenas no que ele teria ouvido dizer e arquivou a investigação contra o tucano. Posteriormente, o caso foi reaberto.

COM A PALAVRA, O SENADOR AÉCIO NEVES

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Ao jornal O Estado de S. Paulo

Sobre as citações do ex-lobista Fernando Moura e do ex-ministro José Dirceu destacadas na matéria, esclarecemos que:

As citações já foram desmentidas por Moura e pelo ex-ministro em seus depoimentos.

Fernando Moura admitiu que o nome de Aécio Neves foi usado indevidamente por membros do PT, sem qualquer conhecimento do senador, à época governador de Minas, nas negociações de cargos no governo do PT.

Moura afirmou:

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"...o Delúbio (ex-tesoureiro do PT) não podia falar que era ele e disse que foi indicação do Aécio Neves".

O ex-ministro José Dirceu esclareceu que, na verdade, nunca houve indicações do senador Aécio no governo do PT.

Abaixo, trecho do depoimento de Dirceu à Polícia Federal:

"Que não tem notícia de nenhuma indicação política realizada por Aécio Neves ao presidente Lula; Que Aécio Neves nunca solicitou ao declarante a condução ou permanência de qualquer pessoa a algum cargo durante o governo do PT."

O senador Aécio Neves reitera que tem prestado à Justiça todos os esclarecimentos necessários a provar a correção de seus atos.

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Solicitamos ao jornal publicação desses esclarecimentos.

Assessoria do senador Aécio Neves

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