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Geraldo, entregador de dinheiro, tem foto na portaria de marqueteiro de Gleisi

Funcionário da empresa Transnacional, famosa pelo transporte de propinas da Lava Jato, foi identificado como o contato com o doleiro Álvaro Novis - usado pela Odebrecht - para efetivação de repasses à empresa de responsáveis pela campanha de 2014 da petista ao Senado

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Por Luiz Vassallo
Atualização:

Gleisi Hoffmann e Paulo Bernardo. Foto: André Dusek/Estadão

No rastro da suposta propina da Odebrecht à senadora Gleisi Hoffmann, a Polícia Federal chegou ao responsável pelo transporte de dinheiro da empreiteira aos marqueteiros de campanha da petista. A presidente do PT foi denunciada, ao lado de Lula, Palocci, seu marido Paulo Bernardo e Marcelo Odebrecht, por corrupção e lavagem de dinheiro. Até mesmo a fotografia de Geraldo Oliveira, o entregador de dinheiro, foi encontrada nos registros de entrada e saída do prédio onde fica a empresa dos responsáveis pela campanha de Gleisi.

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A peça acusatória destaca que a 'investigação feita pela autoridade policial coligiu muitos documentos, apreendidos por ordem judicial de busca e apreensão (como planilhas, e-mails), inclusive mediante quebra de sigilo telefônico, requeridas pelo Ministério Público Federal'.

A denúncia expõe que Gleisi fez, em datas próximas aos supostos repasses, 13 ligações para o delator da Odebrecht, Benedicto Júnior, o 'BJ'. Seu chefe de gabinete, Leones Dall'Agnol, também fez outras quatro ligações e enviou mensagens de texto ao celular do executivo.

Paralelamente aos contatos, a procuradora-geral destaca que o departamento de propinas da Odebrecht providenciava os pagamentos via doleiros.

Dados do Drousys, sistema de contabilidade das vantagens indevidas da empreiteira, dão conta de datas dos repasses a endereços de marqueteiros de campanha de Gleisi.

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Em denúncia, Raquel afirma que cruzamento das investigações feitas pela Polícia Federal no inquérito do STF com 'as produzidas pela Lava Jato em Curitiba levou à identificação da pessoa que levou, em três oportunidades, dinheiro ao endereço da rua Gomes de Carvalho, 921, Vila Olímpia, São Paulo, sede da SOTAQUE PUBLICIDADE E PROPAGANDA'.

"Com efeito, a juntada a estes autos de termos de declarações de doleiros da empresa Hoya Corretora de Valores e Câmbio53(fls. 383/386) levou a investigação ao doleiro Álvaro José Galliez Novis, operador financeiro que providenciava dinheiro vivo.

Raquel destaca que a 'Hoya, para atender às demandas de entrega de dinheiro vivo da Odebrecht, subcontratava empresas de transporte de valores. Uma delas, nas palavras de NOVIS (fl. 383), foi a Transnacional'.

" Identificada a empresa Transnacional, a investigação evoluiu para identificar o responsável, em nome dela, por levar dinheiro da Odebrecht para a Sotaque", detalha.

Em depoimento, no âmbito das investigações, Rogério Martins, da Hoya, 'apontou pessoa chamada Oliveira como contato na Transnacional.

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"A Polícia Federal diligenciou junto aos registros de entradas e saídas de visitantes com destino à SOTAQUE nos meses de outubro e novembro de 2014. Foi organizada a planilha (fl. 411) e nela constam três entradas de GERALDO PEREIRA OLIVEIRA, da empresa "TRANS": dias 23/10/2014, 31/10/2014 e 07/10/2014".

A fotografia de Geraldo P. Oliveira, ao se cadastrar no prédio, está nos autos.

Ele confirmou que 'trabalhava na Transnacional e fazia entrega e retirada de valores'.

"Com relação ao endereço da rua Gomes de Carvalho, 921, Vila Olímpia, São Paulo/SP, o declarante confirma que já compareceu a tal endereço mais de uma vez em 2014.

 

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