Carolina Werneck, especial para O Estado, de Brasília
17 de abril de 2017 | 20h52
Garibaldi Alves Filho. Foto: André Dusek/Estadão
Político influente no Rio Grande do Norte, o senador Garibaldi Alves Filho (PMDB-RN) também pediu dinheiro para a Odebrecht, de acordo com dois delatores – João Pacífico e Ariel Parente afirmaram em suas delações que o ex-ministro recebeu R$ 200 mil da construtora para a campanha eleitoral de 2010.
Na época, a Odebrecht estava concluindo as obras da estação de tratamento de esgoto em Natal.
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Parente contou à Procuradoria do Rio Grande do Norte que foi, acompanhado de Pacífico, até o apartamento do senador em Natal para informar sobre a doação. “Ele agradeceu e indicou um interlocutor para operacionalizar. Então eu informei para esse interlocutor as datas de pagamento, que já tinham sido informadas ao senador, e a senha para recebimento”, afirmou Parente.
Os dois delatores negaram ter pedido uma contrapartida imediata ao senador. “A gente recebe muitos pedidos. Alguns a gente aceita; outros, não. Esse aí foi aprovado por mim em função de ser uma pessoa influente, de ser um político tradicional”, explicou Pacífico. Segundo Parente, o dinheiro era uma forma de garantir o apoio de Garibaldi caso a Odebrecht precisasse de algum apoio até o final da obra. “Eu estava presente apenas como representante da empresa em Natal e, evidentemente, em qualquer necessidade de um apoio político eu poderia conversar com ele por saber que a empresa o tinha ajudado.”
COM A PALAVRA, GARIBALDI ALVES FILHO
O senador Garibaldi Alves Filho negou as suspeitas e disse se colocar à disposição da Justiça para quaisquer esclarecimentos, ‘inclusive disponibilizando os sigilos bancário, fiscal e telefônico’.
O senador disse ainda que espera agilidade na apuração e ‘responsabilidade na distinção entre doações lícitas e sem qualquer contrapartida das doações irregulares’.
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