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Galvão Engenharia, da Lava Jato, culpa Petrobrás e pede recuperação judicial

Galvão Engenharia e Galvão Participações apresentaram petição à Justiça do Rio de Janeiro alegando 'inadimplência de alguns de seus principais clientes, como a Petrobrás'

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Por Redação
Atualização:

Obra da Galvão Engenharia na Ferrovia Norte Sul, em 2011. Foto: Divulgação

Atualizada em 26/3, às 14h58

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Por Ricardo Brandt, Julia Affonso e Fausto Macedo

A Galvão Engenharia, alvo da Operação Lava Jato, apresentou à Justiça do Rio pedido de recuperação judicial. Também adotou a mesma medida a Galvão Participações. O pedido não inclui as demais empresas do Grupo - CAB Ambiental, Galvão Óleo e Gás, Concessionária de Rodovias Galvão BR 153 e Galvão Finanças. A Galvão Engenharia é uma das 16 empreiteiras sob suspeita de ter formado cartel para assumir o controle de contratos bilionários na Petrobrás.

Em nota de sua assessoria de imprensa, o Grupo Galvão assinala que "o pedido de Recuperação Judicial decorre da atual condição financeira da Galvão Engenharia e suas consequências na Galvão Participações, situação esta agravada pela inadimplência de alguns de seus principais clientes, dentre eles a Petrobrás".

"A companhia estatal não honrou pagamentos de serviços adicionais executados, por ela solicitados e atestados", afirma o Grupo.

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"Apesar de todos os esforços feitos para a execução dos empreendimentos a cargo da Galvão Engenharia, a partir do final de 2013 houve atrasos recorrentes em pagamentos devidos pela Petrobrás em diversos contratos", diz o texto divulgado pela assessoria. "Junte-se a isto a retração do mercado de crédito para o segmento de infraestrutura, fortemente impactado pela Operação Lava Jato".

A assessoria de imprensa destaca que o Grupo GalvÃo nasceu a partir da criação da Galvão Engenharia em 1996, e desde então dedicou-se à implementação de projetos de infraestrutura de "grande relevância para o Brasil e os brasileiros" - a nota da assessoria destaca a ampliação da Estação de Tratamento de Agua do Alto Tietê em São Paulo, o Rodoanel de São Paulo, obras de Infraestrutura Hídrica para os Estados do Nordeste brasileiro, obras para o Metrô de São Paulo, Ferrovias Norte-Sul e Integração Oeste Leste, Remodelação do Estádio do Castelão, a Hidrelétrica de BeloMonte, além de diversas obras industriais, "todos projetos de grande complexidade e entregues com sucesso".

O Grupo Galvão chegou a empregar 16 mil colaboradores diretos. "Muito foi investido em formação profissional e treinamento, proporcionando a melhoria da qualidade de vida destas pessoas e suas famílias."

Além das obras às quais a Galvão Engenharia esteve dedicada nos últimos anos, citadas acima, o grupo fundou e estabeleceu uma empresa de operação de serviços de saneamento, a Cab Ambiental, que atende aproximadamente 6,5 milhões de brasileiros num segmento de atuação extremamente carente no País, fornecendo água potável e tratamento de esgoto.

Também são empreendimentos do Grupo Galvão a implantação de parques eólicos no nordeste brasileiro e a Concessão da Rodovia BR 153, este último ainda em fase de implantação, dependente da concessão de linhas de financiamento oficiais pré-estabelecidas no edital de licitação.

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O Grupo Galvão declara que "sempre esteve à disposição das autoridades para colaborar com as investigações e que jamais participou de qualquer tipo de suposto cartel de empresas em prejuízo dos interesses de seus clientes".

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"Em depoimento, testemunha de acusação no processo judicial em curso, confirma que a Galvão Engenharia não participava do suposto clube sob investigação", afirma a Galvão Engenharia.

"A Galvão Engenharia sempre esteve dedicada à formação de pessoal e ao desenvolvimento de novas tecnologias de construção com o objetivo de oferecer à Petrobrás as melhores condições de preço, prazo e qualidade. Todos os seus contratos foram obtidos dentro da legislação vigente e com significativas vantagens para a Petrobras, a exemplo dos próprios contratos listados na denúncia apresentada à Justiça pelo Ministério Público Federal. Nesses 14 contratos selecionados pelo MPF houve um desconto médio de 24,94% em relação ao preço admitido pela Petrobrás, o que tornou a Galvão Engenharia uma empresa reconhecida pelos concorrentes como "agressiva" e "competitiva".

"O Grupo Galvão declara que está atento aos processos judiciais a que respondem seus executivos. Vale destacar que nessas ações há diversos depoimentos (declarações do ex-diretor de Abastecimento da Petrobrás Paulo Roberto Costa e do senhor Alberto Yousseff) que evidenciam desvios na gestão, que permitiram que a Galvão Engenharia fosse vítima de extorsão, conforme exposto na defesa de seus executivos."

O Grupo Galvão declara também que tem todo respeito aos seus clientes, colaboradores, fornecedores, financiadores e parceiros de maneira geral, e que neste momento recorre à medida judicial visando ao cumprimento de seus compromissos e à preservação da organização e dos empregos que dela decorrem. A assessoria de imprensa observa, ainda, que "o Grupo Galvão reitera nesta oportunidade seu compromisso de agir dentro da máxima lisura, ética e transparência, como sempre fez".

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COM A PALAVRA, A PETROBRÁS.

Em nota divulgada nesta quarta feira, 25, por sua Gerência de Imprensa da Comunicação Institucional, a Petrobrás informou que "está em dia com suas obrigações contratuais". Segundo a Petrobrás, "os pagamentos dos compromissos reconhecidos com as empresas contratadas são realizados de acordo com a legislação vigente e os prazos contratuais".

LEIA A ÍNTEGRA DOS ESCLARECIMENTOS DA PETROBRÁS

"A Petrobrás reitera que está em dia com as suas obrigações contratuais, e que os pagamentos dos compromissos reconhecidos com as contratadas são realizados de acordo com a legislação vigente e os prazos contratuais. Eventualmente, empresas contratadas apresentam pleitos de pagamentos adicionais, que são submetidos a avaliação. Eventuais pleitos não representam a existência de dívida por parte da Petrobrás.

Daniele Santos

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Gerência de Imprensa da Comunicação Institucional da Petrobrás"

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