Em meio a novas agressões do presidente Jair Bolsonaro ao sistema eleitoral - durante reunião com 60 embaixadores nesta segunda, 18 - o presidente do Supremo Tribunal Federal, Luiz Fux, conversou com o ministro Edson Fachin, presidente do Tribunal Superior Eleitoral, e reagiu à 'tentativa de se colocar em xeque, mediante a comunidade internacional, o processo eleitoral e as urnas eletrônicas, que têm garantido a democracia brasileira nas últimas décadas'.
Fux e Fachin se falaram por videoconferência. A nota divulgada pela corte máxima após o diálogo entre os ministros não cita nominalmente o chefe do Executivo. Mas o recado de Fux foi a ele endereçado.
"Em nome do STF, o ministro Fux repudiou que, a cerca de 70 dias das eleições, haja tentativa de se colocar em xeque mediante a comunidade internacional o processo eleitoral e as urnas eletrônicas, que têm garantido a democracia brasileira nas últimas décadas", destaca o texto divulgado pelo STF na tarde desta terça, 19.
Fux reiterou 'confiança total na higidez do processo eleitoral e na integridade dos juízes que compõem o TSE'.
O ministro Alexandre de Moraes, atual vice-presidente da corte eleitoral, comandará o tribunal durante o pleito que se aproxima. Junto de Fachin e do ex-presidente do TSE Luís Roberto Barroso, o magistrado é um dos alvos preferenciais do chefe do Executivo e de sua base aliada.
Após a reunião em que Bolsonaro não só atacou o sistema eletrônico de votação, mas também fez alegações direcionadas a ministros do TSE, a corte eleitoral divulgou uma lista rebatendo vinte alegações do chefe do Executivo. O TSE elencou diversos conteúdos produzidos pela Secretaria de Comunicação e Multimídia da corte que desmontam a narrativa do presidente.
Presidente do STJ também sai em defesa do processo eleitoral
O ministro Jorge Mussi, no exercício da presidência do Superior Tribunal de Justiça, também saiu em defesa do processo eleitoral, destacando o trabalho do TSE em 'garantir a higidez das eleições e da própria democracia'
"O Estado Democrático de Direito, consagrado na Constituição Federal de 1988, requer a defesa desse sistema, sem que jamais tenha havido evidência concreta de fraude, e a rejeição, por todas as instituições do Estado, de qualquer tentativa de desacreditá-lo", ressaltou o ministro.