Julia Affonso e Fausto Macedo
14 de dezembro de 2018 | 10h42
Alerj. Foto: Fabio Motta/Estadão
O Ministério Público Federal denunciou à Justiça dez deputados da Assembleia Legislativa do Rio, o ex-governador Sérgio Cabral e outros 18 investigados no âmbito da Operação Furna da Onça, entre ex-secretários de Estado, atuais e ex-assessores nos gabinetes dos parlamentares e gestores da cúpula do Detran-RJ. A acusação formal foi protocolada nesta sexta-feira, 14, no Tribunal Regional Federal na 2.ª Região (RJ/ES).
Os 29 investigados são acusados de corrupção, lavagem de dinheiro e organização criminosa em esquemas envolvendo nomeações viciadas e pagamentos de propinas a deputados em troca de apoio aos governos Cabral (2007-14) e Pezão (2014-18).
Além de Cabral, destaca a Procuradoria, lideraram a ‘organização pluripartidária’ os ex-presidentes da Assembleia Jorge Picciani e Paulo Melo, ambos do MDB.
Furna da Onça investigou esquemas de propinas mensais e prêmios a deputados aliados e oferecimento de postos de trabalho em órgãos estaduais detectados pela força-tarefa do Ministério Público Federal, Polícia Federal, Receita e Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf).
Os esquemas uniam parlamentares de oito partidos: André Correa (DEM), Edson Albertassi (MDB), Chiquinho da Mangueira (PSC), Coronel Jairo (SD), Jorge Picciani (MDB), Luiz Martins (PDT), Marcelo Simão (PP), Marcos Abrahão (Avante), Marcus Vinicius “Neskau” (PTB) e Paulo Melo (MDB).
Os deputados estaduais e assessores – incluindo o vereador Daniel Martins (PDT-Rio), suposto operador e enteado do deputado Luiz Martins – foram denunciados ao TRF2, que julgará se acolhe a denúncia, dando início ao processo penal.
A reportagem está tentando localizar as defesas dos citados. O espaço está aberto para manifestação.
Os comentários são exclusivos para assinantes do Estadão.